Fumaça no ar – Ao deixar a COP 15, Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, realizada em dezembro de 2009 em Copenhague, o então presidente Luiz Inácio da Silva não economizou críticas ao ver rechaçada a proposta que transferia aos países mais ricos uma parcela maior do sacrifício para minimizar as nefastas e quase irreversíveis consequências do aquecimento global.
Enquanto Lula destilava sua verve mambembe e irresponsável, a indústria brasileira de automóveis registrava recordes de vendas. O derrame de carros novos no mercado nacional foi maior ainda por conta da redução do IPI para determinados modelos, estratégia adotada pelo governo federal para evitar ao máximo as reticências da crise financeira internacional, movimento que foi batizado por Lula como “marolinha”.
Na ocasião, o ucho.info alertou para o perigo iminente que significava entupir as cidades com milhares de carros novos, pois o Palácio do Planalto não se preocupou em destinar um centavo sequer do montante arrecadado de impostos para solucionar os problemas de congestionamento nas grandes cidades, que acabaram potencializados em função do incentivo à venda de automóveis.
De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a venda de veículos automotores alcançou uma marca histórica em 2010. Saíram das concessionárias, no ano passado, 3.515.120 veículos (carros, motos, ônibus e caminhões), o que representa um crescimento de 11,91% em comparação com o ano anterior. Trata-se do quarto recorde consecutivo de vendas registrado pela indústria automobilística brasileira. O último ocorreu em 2009, quando 3,14 milhões de veículos novos foram emplacados.
Com o aumento do trânsito nas grandes cidades, o número de motocicletas tem crescido assustadoramente. Em 2010 foram vendidas 1.803.864 unidades. Considerando que uma moto tem potencial poluidor maior que de um carro de passeio, algo precisa ser feito com urgência para reverter o caos para o qual nos dirigimos.