Chuva intensa e descaso das autoridades levam a maior cidade brasileira ao naufrágio

Arca de Noé – Por volta das 22 horas de ontem, segunda-feira (10), a cidade de São Paulo foi atingida por um forte temporal que deixou sete regiões da capital paulista em estado de alerta, terceiro estado mais grave de um grupo de quatro. O mais grave deles é o estado de alerta máximo, que significa calamidade pública. O estado de alerta foi anunciado pelo Centro de Gerenciamento de Emergência da prefeitura paulista por causa do transbordamento de seis rios, entre eles o Tietê e o Pinheiros.

Diferentemente do que acontece normalmente em época de chuva, algumas regiões acabaram inundadas, o que provocou surpresa aos moradores. O cruzamento das avenidas Brasil e Rebouças, um dos mais movimentados da cidade, na região dos Jardins, inundou e comprometeu um importante acesso ao Hospital das Clínicas.

Maior cidade brasileira, São Paulo sofre com enchentes há séculos, situação que foi agravada com a ocupação consentida de áreas que no passado formavam a várzea dos rios que cortam a Pauliceia Desvairada. Refém de seguidas e mentirosas promessas de administradores públicos, a cidade parou na madrugada desta terça-feira por conta da força das águas de Pedro. O fato de a enchente ter alcançado regiões até então imunes mostra que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) tem se preocupado com assuntos que não interessam aos cidadãos, como, por exemplo, o seu eventual embarque no PMDB.

Em nenhum momento, desde o início do período de chuva, Kassab veio a público para dar explicações. O alcaide paulistano se limita a soltar notas oficiais, como se isso resolvesse o problema daqueles que têm suas casas invadidas e perdem todos os seus bens. Para que fique clara a falta de interesse de Gilberto Kassab na busca de uma solução para as enchentes que regularmente alvejam São Paulo, na última sexta-feira (7), enquanto alguns bairros naufragavam, a assessoria do prefeito distribuiu a imprensa um e-mail com os destaques da semana. Não se trata de boicotar a divulgação dos fatos positivos de uma administração pública, mas é preciso um mínimo de sensibilidade e bom senso em momento de dificuldade extrema. (Foto: Leonardo Soares – Agência Estado)