Sordidez oficial – Após reunir-se com a companheira-presidente Dilma Vana Rousseff, o irrevogável Aloizio Mercadante, agora ministro de Ciência e Tecnologia, anunciou que a criação e implantação de um sistema de alerta e prevenção de desastres climáticos levará pelo menos quatro anos, mas espera-se que o projeto possa funcionar já no próximo verão. “O prazo máximo é de quatro anos, mas esperamos respostas já no próximo verão”, declarou o inexperiente Mercadante, que acredita ser possível criar epílogos do caos.
De acordo com o ministro, que quando ainda senador enfrentou uma vexatória carraspana de Lula da Silva, o sistema a ser implantado permitirá o alerta e prevenção de catástrofes, além de melhorar a coleta de informações meteorológicas, o mapeamento das áreas de risco e o treinamento de pessoal e da própria população em casos de desastres climáticos. O discurso do ministro petista mostra que ou o messiânico Luiz Inácio da Silva nada fez durante sua estada no Palácio do Planalto, ou há algo muito bisonho nesse projeto do governo da presidente Dilma.
Desde 2009, o Ministério da Integração Nacional, responsável por prevenir eventos como o que arrasou as cidades serranas do Rio, tenta tirar do papel o Centro Nacional de Gerenciamento de Desastres (Cenad), que nos últimos dois anos viu o seu orçamento engordar em R$ 2,6 milhões, dinheiro que poderia minimizar os estragos provocados pelas chuvas através do monitoramento dos riscos. Do dinheiro previsto para a construção do tal Cenad, um real sequer foi liberado para o projeto, de acordo com o ministério, “por conta de dificuldades relacionadas ao terreno que vai abrigar o departamento em Brasília”.
O que genial (sic) Aloizio Mercadante anuncia como sendo uma grande novidade, é algo que já existe há muito tempo e que só não se tornou realidade por conta da conhecida irresponsabilidade do ex-presidente Lula, que desde o último dia 1º de janeiro vem sendo poupado de críticas necessárias pelos obedientes companheiros de legenda.
A ideia de se criar um novo projeto para evitar catástrofes, com prazo de quatro anos para ser finalizado, não passa de uma estratégia mambembe e oportunista para pavimentar a candidatura à reeleição de Dilma Rousseff, que longe da gazeta mentirosa de Lula, apresentada ao mundo como a versão de saias de Aladim, precisa emoldurar diariamente sua nada empolgante e convincente figura. E para isso não importa que outras milhares de pessoas morram soterradas nos próximos verões.
Depois da tragédia que se abateu sobre Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo e outras quatro cidades fluminenses, muito estranhamente os petistas aguerridos e de primeira hora abandonaram o discurso boquirroto da “herança maldita”, muito utilizado pelo profético Lula nos últimos oito anos como forma de minimizar sua incompetência.