PSol impõe ditadura radical e nomeia todos os servidores de gabinete de deputado

Barraco de Marinor – O ex-BBB Jean Wyllys de Matos Santos já deve estar exercitando seu lado zen por conta do mandato de deputado federal, cuja posse está marcada para a próxima terça-feira, 1º de janeiro. Filiado ao PSol, o jornalista e professor, com Mestrado em Letras e Linguística, chega à Câmara Federal em boa parte pela expressiva votação do deputado reeleito Chico Alencar (RJ). O veterano parlamentar obteve 240.724, contra os 13 mil obtidos pelo professor que conquistou fama nacional ao ganhar o reality show Big Brother Brasil em 2005.

Por conta dessa dívida eleitoral – ele afirma não existir – o partido mais à esquerda com assento na Câmara Baixa cobra uma pesada fatura. Jean Wyllys indicou apenas um funcionário para o seu próprio gabinete. O restante da cota será ocupado por militantes do partido, que não dispensa um emprego público. Pelo Regimento Interno, cada gabinete na Câmara poderá ter 25 secretários parlamentares.

O deputado diplomado está hoje em Brasília para participar de uma reunião convocada pela direção nacional. Ligado ao movimento LGBT, Jean Wyllys, 36 anos (faz aniversário no dia 10 de março), nasceu em Lagoinha, na Bahia. Sobre os simpatizantes, reclamou em entrevista concedida ao jornalista Ancelmo Góis, de “O Globo”, que “a comunidade LGBT tende historicamente a não votar em seus candidatos, porque a grande maioria dessa comunidade tem homofobia internalizada. Ou seja, como diz Marcel Proust, a ordem homofóbica faz nascer, dentro de muitos homossexuais, um “anti-homossexual que se volta contra os exemplares visíveis da espécie”.

O partido que afirma que falta “discussão de proposta para a nova gestão do Parlamento”, é menos radical que o PSTU, mas não menos barulhento em busca de conforto. Na semana passada, a senadora diplomada Marinor Brito, do Pará, provocou um escândalo no Senado Federal por conta de um gabinete.

Discutiu asperamente com a direção da Casa e até com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ameaçou fazer um protesto (talvez uma greve) na entrada do plenário caso não obtivesse um gabinete de fácil acesso. Depois das discussões, se conformou em ficar com o gabinete do senador José Nery, do próprio PSol, o mesmo que visitou mais de dez vezes o terrorista Cesare Battisti na penitenciária da Papuda, em Brasília.

Nery volta a Paraupebas, no Pará, e dá lugar a Marinor, sua ex-funcionária no gabinete, que até então não era dada a muito trabalho. A professora Marinor chega ao Senado Federal depois que a Justiça Eleitoral cassou os votos dados ao deputado Jader Barbalho (PMDB) e a Paulo Rocha (PT), que se envolveu no escândalo nacionalmente conhecido como “Mensalão do PT”. Ambos, Barbalho e Rocha, foram barrados com base na Lei da Ficha Limpa.