Bagunça oficial – No mais distante e ermo rincão do planeta sabe-se que uma nação só avança se seus governantes dedicarem atenção e investimentos à Educação. Um povo devidamente instruído é a garantia da democracia. No Brasil, durante os últimos oito anos, o messiânico Luiz Inácio da Silva se dedicou à gazeta, como se o falatório oficial resolvesse alguma coisa.
Entre tantos discursos irresponsavelmente ufanistas e mentirosos, Lula conseguiu arrumar desculpas nada convincentes para as trapalhadas de Fernando Haddad, seu ministro da Educação, que por imposição não muito duradoura acabou guindado ao governo da presidente Dilma Vana Rousseff.
Tão logo estreou no Palácio do Planalto, Dilma se viu diante do primeiro imbróglio envolvendo a Educação. E o assunto acabou na Justiça, produzindo uma série de idas e vindas no universo das liminares e de outros tantos instrumentos do Direito. Quando a Educação de um país passa a frequentar as raias da Justiça, algo de errado e preocupante existe na seara dos homens públicos.
Nos últimos dois anos, a Educação brasileira foi alvo de trapalhadas que colocaram na mira da incompetência os processos seletivos batizados de Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Para que a mecânica do processo seletivo fique clara, o SiSU foi criado para selecionar os candidatos do Enem às vagas disponíveis nas universidades federais.
Mas de nada adianta criar processos seletivos complexos e carregados de alegorias se a qualidade da Educação é cada vez pior, além de o ambiente universitário ser uma degradante plataforma de desmandos e inoperância.
Deixando de lado as confusões protagonizadas pelo Ministério da Educação, há detalhes preocupantes que continuam ignorados por quem deveria dar atenção ao setor. No rastro da sensação da impunidade e da falta de exemplo que grassam no país, alunos da Universidade de Brasília (UnB) têm desafiado a lei e o bom senso. Ocupando indevidamente espaços destinados a laboratórios de pesquisas, os universitários promovem festas e jogatinas nas instalações da Universidade de Brasília, com direito a cerveja e maconha. Ou seja, onde deveriam existir atividades educacionais há consumo ilegal de bebidas e drogas.
A venda de bebidas alcoólicas na UnB é proibida por resolução interna, mas o prefeito do campus, Paulo César Marques, admite que a regra é constantemente desrespeitada, mas que em março as áreas tomadas pelos alunos serão desocupadas. Ou seja, a UnB agenda dia e hora para decretar o fim daquilo que é vergonhosamente ilegal. Enquanto isso, o ministro da Educação, que já deveria ter tomado providências, se apequena diante da própria incompetência.