Mãos ao alto – O Brasil caminha a passos largos rumo ao desmando total, situação que começou a ser desenhada nos primeiros dias da era Lula e ganha força no governo da neopetista Dilma Vana Rousseff, que prefere virar as costas para os bandalhos que tomam conta do País enquanto se preocupa com as filigranas gramaticais do cargo e exige ser tratada como “presidenta”.
Como se os brasileiros estivessem espremidos sobre um enorme picadeiro, o Partido dos Trabalhadores escolheu o mensaleiro João Paulo Cunha, deputado federal pelo PT paulista, para presidir a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante comissão permanente da Casa. Acusado de envolvimento no escândalo do mensalão do PT e respondendo a processo no Supremo Tribunal Federal, João Paulo Cunha foi flagrado com a mão no vespeiro petista. Sua mulher, Márcia Milanésia da Cunha, foi filmada entrando em uma agência exclusiva do Banco Rural, em Brasília, local de muitos dos pagamentos do mensalão. À época, João Paulo, com a desfaçatez que lhe é peculiar, alegou que a mulher fora ao Banco Rural para pagar a mensalidade do serviço de televisão a cabo disponibilizado na casa do presidente da Câmara dos Deputados.
Meses depois, o mesmo João Paulo Cunha disse que o dinheiro do mensalão foi utilizado em campanha eleitoral, tendo o parlamentar apresentado notas fiscais pouco ortodoxas de um desconhecido e misterioso instituto de pesquisas.
Para evitar ciumeiras desnecessárias, o PT deixou acertado que em 2012 a presidência da CCJ será entregue a Ricardo Berzoini. Para quem não se recorda, Berzoini ocupou o Ministério da Previdência no primeiro governo do messiânico Lula e mandou os velhinhos para a fila do recadastramento. Fora isso, o ínclito Ricardo Berzoini, que presidiu durante alguns anos a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, que na opinião do promotor José Carlos Blat é “uma organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT e que ajudou a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002”.
Mas engana-se quem pensa que o abuso petista se restringe às raias do parlamento. Na Casa Civil, segundo mais importante cargo da República, a presidente Dilma decidiu entronar ninguém menos que Antônio Palocci Filho, acusado de violar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que garantiu que o então ministro da Fazenda era freqüentador assíduo da chamada “República de Ribeirão”, nome dada à mansão utilizada por petistas em Brasília para orgias e negociatas.
Outro capítulo da continuidade do escândalo petista é dedicado ao atual Secretário-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que ocupou uma das secretarias municipais de Santo André durante a gestão de Celso Daniel, assassinado de forma covarde e brutal apenas porque sabia demais. Logo após a morte de Celso Daniel, o carola Gilberto Carvalho foi flagrado pela polícia em gravação telefônica em que elogiou o desempenho de Miriam Belchior no papel de viúva.
Aos mais distraídos, a mulher que na conversa com Gilberto Carvalho sentiu-se orgulhosa por ter correspondido às expectativas dos companheiros de legenda é a atual ministra do Planejamento.
Resumindo, se Ali Babá reencarnar e for enviado para Brasília, o folclórico e fabuloso tutor dos quarenta gatunos terá duas opções. Fugir ou suicidar-se.