Waldir Maranhão propõe mínimo de R$ 565 no MA, que pode salvar o pão de cada dia dos conterrâneos

Café da manhã – Quando o novo valor do salário mínimo chegou às raias da discussão na Câmara dos Deputados, muitos foram os parlamentares da base aliada que discursaram movidos pela tese de que a proposta da presidente Dilma Rousseff representava um ganho aos trabalhadores. É fato que não rezar pela cartilha palaciana tem suas consequências, mas é preciso manter a coerência ao tratar das necessidades da população.

Deputado federal pelo Partido Progressista do Maranhão, Waldir Maranhão, que está em seu segundo mandato parlamentar, propôs no plenário da Casa que o governo de Roseana Sarney adote o valor de R$ 565 para o salário mínimo no estado mais pobre da federação. Na opinião do deputado maranhense, seria uma forma de pressionar o incremento das rendas menores do estado, “o que não teria reflexos de diminuição dos níveis de emprego ou de desorganização da atividade econômica em geral”.

Em seu discurso, Waldir Maranhão destacou que a legislação brasileira permite aos governos estaduais estabelecer limites mais amplos para o salário mínimo. “Acima dos fixados federalmente, sem que com isso interfiram negativamente sobre a política do governo federal”. O parlamentar lembrou que “em seus primeiros pronunciamentos ficou claro que a presidente Dilma Rousseff sabe a que veio” e que o compromisso do novo governo é “acabar definitivamente com a extrema pobreza em nosso país”.

Os R$ 20 acima do valor do salário mínimo podem parecer irrisórios para muitos, mas Waldir Maranhão frisou que o estado do Maranhão “infelizmente ainda é um dos redutos mais renitentes de pobreza extrema em nosso país”. “Vale ressaltar de que o incremento estadual do salário mínimo é coisa de estado rico está completamente equivocada e expressa uma visão economicista estreita, pois sabidamente é nos estados menos desenvolvidos que se verificam maiores distorções nos níveis de concentração e distribuição da renda. Trata-se, portanto, de política social e não de política econômica”, completou.

A proposta de Waldir Maranhão pode parecer inócua em termos financeiros se analisada pelo poder de compra do valor adicional em questão, mas somente aqueles que conhecem a realidade maranhense sabem o que representa o aumento sugerido. “Vale ressaltar de que o incremento estadual do salário mínimo é coisa de estado rico está completamente equivocada e expressa uma visão economicista estreita, pois sabidamente é nos estados menos desenvolvidos que se verificam maiores distorções nos níveis de concentração e distribuição da renda. Trata-se, portanto, de política social e não de política econômica”, destacou.

Se aprovado no Senado Federal sem qualquer mudança no texto original, o projeto do novo salário mínimo concederá ao trabalhador apenas 6,9% de aumento, que em termos reais, já descontada a inflação do período, será de irrisório 0,2%. Diante desses números, a proposta do deputado Waldir Maranhão ganha força, pois os preços de diversos produtos, em especial os de alimentação, sofreram aumentos muito superiores ao índice da inflação. É o caso do pão francês, presença constante e diária no café da manhã dos brasileiros.

De acordo com o Índice de Preços no Varejo (IPV), medido pela Federação do Comércio de Bens Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), o preço do pão francês subiu 0,47% em janeiro, a décima quinta alta consecutiva. Segundo o levantamento da Fecomercio, nos últimos doze meses os itens comercializados nas padarias já acumulam alta de 9,47%. Além do pão francês, apresentaram alta de preços os doces, bebidas, frios e laticínios.

A governadora Roseana Sarney (PMDB), herdeira do coronelato comandado pelo senador José Sarney, pode até torcer o nariz, mas o que o deputado Waldir Maranhão deseja é não apenas ajudar na redução da miséria em sua terra natal, mas garantir o sacro pão de cada dia na mesa de seus conterrâneos. E se a presidente Dilma Rousseff quer de fato acabar com a miséria e a pobreza, nada mais justo do que sua aliada Roseana encampar a proposta de Waldir Maranhão e puxar a fila.