Planalto começa a pagar a fatura política do mínimo com nomeações para segundo e terceiro escalões

Carga ajustada – A partir desta semana e após o Carnaval, as nomeações para o segundo e terceiro escalões da administração federal começam a ser consolidadas. As indicações tinham sido suspensas por conta, especialmente, da votação do salário mínimo, concluída na noite de quarta-feira (23) no Senado Federal. Ao contrário do que disse o ministro das Relações Institucionais, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), a base governista foi pressionada para garantir a aprovação do mínimo de R$ 545,00.

A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados não escondeu que a unanimidade do partido mostrada na votação do salário mínimo seria cobrada com a nomeação de apaniguados para o segundo escalão. Embora o segundo maior partido da base apresente sua fatura, caciques peemedebistas terão de servir de barriga de aluguel para muitos petistas de carteirinha.

Um deles é o ex-marido da ex-senadora Ideli Salvatti (PT-SC), Eurides Mescolotto, que deverá ser mantido na presidência da Eletrosul por conta do apadrinhamento do senador José Sarney (PMDB-AP). Neste caso o Palácio do Planalto insiste na tese de que quanto menos mexer no setor elétrico, melhor para o governo.

O PMDB já entregou quase toda a lista de cargos que pretende. A relação tinha sido anunciada no início de fevereiro, depois que o veto ao presidente de Furnas tinha sido um assunto superado dentro do partido. No PT continuam as divergências pela vaga do partido no grupo de sete deputados que auxiliarão o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza.

Tecnicamente estaria escolhido o deputado Odair Cunha, de Minas Gerais, como vice-líder, mas por conta desse atraso também não foram anunciados oficialmente os nomes dos demais partidos da base. Pelo critério de proporcionalidade, somente os partidos com assento na Mesa Direta têm direito a indicar um vice-líder de governo.