Piripaque – O vice-governador do Maranhão, o petista Washington Luís, tem mais um motivo para ficar preocupado com sua saúde. Em menos de um mês, a Polícia Federal faz a segunda operação no estado, que atinge amigos e correligionários próximos. Desta vez, policiais federais cumprem 39 mandados de busca e apreensão em casas de funcionários, ex-gestores e na própria superintendência do Incra no Maranhão, de onde teriam sido surrupiados nos últimos quatro anos nada menos que meio bilhão de reais.
A operação que acontece na manhã desta sexta-feira foi preparada há alguns meses com base em denúncias, investigações de campo e grampo telefônicos. O vice-governador teria sido grampeado em conversas especialmente com o ex-superintendente Raimundo Monteiro, que é também um dos dirigentes do PT no estado. Está sendo investigado também o atual superintendente, Benedito Terceiro, que seria um dos aliados do presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP).
A lista de investigado contempla também o secretário de Trabalho, Antônio Heluy Neto, que na vida privada tem uma empresa que se beneficiaria das facilidades no Incra.
De acordo com o jornalista Luís Cardoso, no ano passado, o Ministério Público Federal soliciou a prisão de 26 pessoas, entre elas toda a cúpula do Incra, incluindo o atual superintendente, Benedito Terceiro, e o ex-superintendente Raimundo Monteiro.
Na operação policial deflagrada no dia 3 de fevereiro, em Barra do Corda, o vice-governador Washington Luís teve de ser levado às pressas a um hospital de Brasília. Sentiu-se mal e, segundo sua assessoria, tudo não passou de um “leve mal estar”. O problema teria sido causado porque na lista de procurados estava João Batista Magalhães, amigo do vice-governador e um conhecido lobista. No município de Barra do Corda teriam sido desviados mais de R$ 50 milhões de recursos públicos.