Fora do holofote da política, o messiânico Lula faz palestra em SP e posa de Aladim incompreendido

Piada com mentira – Longe do poder, Luiz Inácio da Silva ainda não perdeu a mania de se vender à opinião pública como um gênio injustiçado. Na primeira palestra após desocupar o Palácio do Planalto, Lula disse a funcionários da LG, na tarde de quarta-feira (2), que foi “achincalhado” ao classificar como “marolinha” os efeitos da crise financeira internacional no Brasil. “As pessoas diziam nos jornais: ‘Quero ver se o Lula agora vai conseguir governar com a crise’. O mundo até então estava crescendo, eles diziam que era sorte. Quando veio a crise e eu disse que era uma marolinha. Por conta da marolinha, eu fui achincalhado, diziam que eu estava menosprezando a crise”, declarou Lula.

Deixando de lado a crise e mais uma vez destacando de maneira abusada as conquistas de seu governo, Lula disse que antes de sua chegada ao Planalto o País sofria de “complexo de inferioridade”. “O Brasil sempre teve problema de autoestima. Havia quem dissesse que tinha complexo de inferioridade. Nelson Rodrigues dizia que tinha complexo de vira-lata”.

Para emprestar às suas palavras uma fina camada de credibilidade, o ex-presidente não titubeou diante dos que lhe assistiam e disparou: “Como diz Chico Buarque, a gente não fala grosso com a Bolívia, mas também não fala com os Estados Unidos como os outros faziam. A gente fala manso e respeitosamente com todos”. Para aqueles que têm um mínimo de memória não será tarefa difícil resgatar uma desastrada declaração de Lula, que ao comentar a tal “marolinha” disse que “brancos de olhos azuis criaram a crise”. O que mostra que o ex-presidente desconhece o estrito significado de fala mansa e jamais soube o que é respeito.

Lula é livre para falar o que decidir, mas dar crédito a discurso tão desconexo é uma decisão que bamboleia entre a enganação e o ufanismo. É absolutamente difícil imaginar alguém como Luiz Inácio da Silva falando sobre macroeconomia, especialmente em uma multinacional. Como diante de fatos qualquer argumento cai por terra, a herança maldita recebida pela presidente Dilma Rousseff é prova incontestável de que as declarações de Lula são utópicas, para não afirmar que são uma ode à mitomania. Números à mesa, não é preciso muito tempo e nem esforço para concluir que o ex-presidente foi contratado, por R$ 200 mil, como animador de plateia, mas jamais como um especialista em economia.

Tão logo a “marolinha” aportou no Brasil, no final de 2008, Lula pediu aos brasileiros a manutenção do consumo em níveis elevados, como forma de minimizar seus efeitos. Naquele momento, os jornalistas do ucho.info alertaram para o perigo da concessão descontrolada de crédito e do crescente endividamento das famílias brasileiras. O resultado desse cenário artificial montado por Lula e seus assessores culminou com o retorno da inflação, fantasma que a equipe econômica do novo governo tenta debelar, mas até agora o placar é favorável ao inimigo.

Ademais, Lula sempre faz questão de lembrar que, sob o manto do seu messianismo, mais de 30 milhões de brasileiros ascenderam à classe média. Mas o petista prefere esquecer que isso só foi possível por conta do crédito fácil e do consumo irresponsável. De acordo com as mais sólidas teorias econômicas, ascender a determinada classe social não se dá pela capacidade de contrair dívidas de um cidadão, mas pela geração de riqueza. (JF Diorio – Agência Estado)