Inflação no setor de alimentos deve colocar por terra o pífio esforço do Palácio do Planalto

Apertando o cinto – Autoridades econômicas do governo da neopetista Dilma Rousseff que se preparem, pois meses nada fáceis se avizinham. Tudo porque as medidas adotadas até agora pelo Palácio do Planalto para combater a inflação não surtiram os resultados esperados. Para complicar ainda mais o que já é considerado difícil, a disparada dos preços dos alimentos deve se consumar como a fonte em que a inflação buscará força extra. Cenário que deve resistir durante algum tempo.

De acordo com nota enviada ao ucho.info pela assessoria da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), verduras e legumes contribuíram para a alta de 4,07% do índice de preços no atacado, em fevereiro. “Esse aumento é característico nesta época do ano devido ao excesso de chuvas nas regiões produtoras, que resulta na retração da quantidade ofertada, perda de qualidade e elevação dos preços praticados”, destaca o economista Flávio Godas.

O economista do Ceagesp acredita que “os preços iniciem processo de retorno aos patamares habituais a partir da segunda quinzena de março. Obviamente, as condições climáticas serão fundamentais para determinar o volume ofertado e os preços praticados”. Em relação às condições climáticas, como lembrou Rodas, a situação não é das mais confortáveis no Centro-Oeste brasileiro, onde o agronegócio tem sofrido duplamente com a temporada de chuva.

Em Mato Grosso do Sul, as chuvas reduziram quase pela metade a expectativa dos agricultores em relação à colheita de soja. Do que restou nas plantações, parte terá problemas de qualidade em função do excesso de umidade. Com o atraso na colheita da soja, a safrinha do milho também foi comprometida. Em Mato Grosso, a chuva tem prejudicado as rodovias, que mais parecem um mar de lama. Responsáveis pelo escoamento da produção agrícola da região, as estradas em más condições interferem diretamente no preço final dos produtos.

Para dificultar ainda mais o cenário, a inflação produzida a partir do setor de alimentos dá sinais de resistência. Na edição do último dia 8 de março, o “The Wall Street Journal” publicou matéria sobre o prazo de validade da inflação de alimentos. O jornalista Scott Kilman lembra que “o mundo está consumindo seus grãos mais rápido do que os agricultores estão conseguindo produzir, drenando estoques e pressionando os preços para os mesmos níveis que alimentaram revoltas nos países pobres há três anos”.

“O papel dos Estados Unidos em impedir uma escassez mundial de alimentos depende em boa parte das safras dos próximos meses, quando os produtores rurais do país, maior exportador agrícola mundial, colhem trigo, soja e outras lavouras” destacou o jornalista do “The Wall Street Journal”.

Considerando que o ser humano não fica sem comer, o melhor que o governo federal tem a fazer é investir na infraestrutura do País, viabilizando dessa forma uma redução dos preços dos alimentos, em especial dos grãos. Medida que, se adota, beneficiará o consumidor interno e as exportações brasileiras. Basta ter visão de futuro e boa vontade política.