Carlos Lupi abusa da sandice, ignora a tendência global e fala em “ganhos” com a tragédia japonesa

Fora de órbita – É nauseante a falta de sensibilidade do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), ao tratar das questões relacionadas à tragédia que se abate sobre o Japão, que desde o terremoto da última sexta-feira (11) vem enfrentando uma sequência de episódios sem precedentes.

Na manhã desta terça-feira (14), quando perguntado sobre o impacto da tragédia japonesa na economia do Brasil, Lupi disse que o País deve “ganhar mais do que perder”. “O Brasil vai acabar, apesar de não desejarmos tragédia para ninguém, até ganhando. Acho que vai ter mais encomenda do que desistência” declarou o ministro durante entrevista.

No momento em que o mundo acompanha os desdobramentos da catástrofe que atingiu inclusive as usinas nucleares do Japão, o que pode desencadear um inusitado e grave problema global, Carlos Lupi se preocupa com o lucro, algo que em tese não frequenta a cartilha dos socialistas. “Pode ser até que no começo tenha uma encomenda menor. Mesmo assim demora [para ter impacto nas exportações brasileiras]. Não é de um dia para o outro. As encomendas são feitas com muita antecedência. É o mesmo prazo que vai ter para que se recupere a economia japonesa”, disse o ministro do Trabalho.

Enquanto Carlos Lupi posa como profeta do apocalipse, autoridades internacionais desenham um futuro não tão sombrio por conta dos eventos que afetam o Japão, a terceira maior economia do mundo. Para se ter ideia da extensão da irresponsabilidade discursiva de Carlos Lupi, o governo japonês anunciou que passará a comprar menos trigo no mercado internacional. Em relação à semana que precedeu o terremoto, a compra de trigo pelo governo de Tóquio nesta semana encolheu 17,67%. O que empurrou para baixo o preço do produto nas Bolsas de Mercadorias do planeta.

Não se trata de virar as costas para o que pode acontecer em termos econômicos de agora em diante, mas os integrantes do governo brasileiro devem discursar na mesma toada que a presidente Dilma Rousseff usou para prestar solidariedade ao governo e ao povo do Japão. Mas a opinião de Carlos Lupi não poderia ser diferente, pois ele foi uma escolha de Luiz Inácio da Silva.