Se a moda pega – A Justiça brasileira em geral poderia seguir o exemplo do Superior Tribunal Militar na questão do combate ao crime do colarinho branco. O STM mandou demitir um primeiro-tenente do Exército que tropeçou no vício da corrupção. Se comparado com os absurdos desvios do dinheiro público, noticiados todos os dias, o tropeço do oficial foi muito pequeno, mas nem por isso menos grave.
O ex-tesoureiro do Colégio Militar de Brasília foi condenado também a três anos de reclusão. A decisão, tomada por unanimidade, ratificou sentença da Auditoria Militar de Brasília, que enquadrou o tenente no crime de peculato.
Segundo informou a assessoria de imprensa do STM, em dezembro de 1999 o então tesoureiro do Colégio Militar de Brasília, H.S.M., desviou R$ 60 mil destinados ao pagamento de vale-transporte aos servidores civis da instituição, referente aos dois primeiros meses de 2000.
O 1º tenente confirmou as acusações em juízo e informou, ainda, que o dinheiro correspondia a uma sobra decorrente de erro no Setor de Pagamento de Pessoal. O acusado afirmou, também, que obedecia às ordens de um coronel, informação que o Ministério Público rebateu declarando que não havia nos autos notícias de irregularidades praticadas pelo superior. De acordo com a denúncia, “se a ordem era manifestamente ilegal, mesmo em se tratando de inferior hierárquico, o acusado não deveria cumpri-la, eis que estaria devidamente amparado pela lei”.