Pega na mentira – Desde que chegou ao poder central com o desembarque de Luiz Inácio da Silva no Palácio do Planalto, o Partido dos Trabalhadores passou a fazer com invejável competência aquilo que enquanto partido de oposição condenou com dureza: a mentira política. De lá para cá, sob a desculpa de que o fim justifica os meios, petistas não apenas passaram a abusar da mitomania, mas têm conseguido a proeza de ignorar as palavras balbuciadas em passado recente.
Relatora da Medida Provisória 511/2010, aprovada na quarta-feira (13) no Senado Federal e que autoriza empréstimo de R$ 20 bilhões para o consórcio que assumir a construção do trem-bala, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) usou a tribuna da Casa para provar que mentir tornou-se uma especialidade da “companheirada”.
Ao defender a MP, a ex-prefeita paulistana, após enxurrada de críticas, disse que é preciso pensar o Brasil para o próximo século e que o trem-bala francês precisou de dez anos para ser construído. A senadora petista usou outros exemplos para mostrar ao País que as promessas de Lula da Silva e as da campanha de Dilma Rousseff foram mentirosas, pois quando o Brasil foi escolhido pela FIFA para sediar a Copa do Mundo de 2014 o então presidente garantiu com todas as letras que o trem-bala, que ligará as cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, estaria pronto para o maior e mais badalado evento do futebol mundial.
Passados alguns meses daquela ufanista promessa não foi difícil perceber que cumprir o cronograma até 2014 seria absolutamente impossível. Foi então que o trem-bala passou a ser a coqueluche dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
Consideradas as palavras futuristas de Marta Suplicy, o trem-bala deve ficar para depois do encerramento da competição olímpica. Tudo muito bem, pois ao sempre pirotécnico PT importa o foguetório que a obra proporcionará aos companheiros. E não demorará muito para que placas alusivas à obra sejam fincadas ao longo do trajeto, todas com o slogan do governo da neopetista Dilma Rousseff, pois a atual presidente foi vendida ao mundo como a versão de saias de Aladim, o folclórico gênio da lâmpada.