Freio solto – Há na economia brasileira algumas verdades que estão camufladas pela contínua fumaça palaciana. Antes de embarcar para a China, a presidente Dilma Rousseff disse que em abril o preço da gasolina não subiria. Na sequência entrou em cena o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, para afirmar que, dependo da cotação do barril do petróleo no mercado internacional, o preço da gasolina poderia sofrer majoração.
Para não entrar em rota de colisão com Gabrielli, a neopetista Dilma escalou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tranqüilizar a população em relação ao preço da gasolina. Enquanto Mantega contava ao povo brasileiro uma inverdade, nas últimas quatro semanas o preço da gasolina subiu 4,5%. A explicação para o aumento está na elevação do preço do etanol, que é misturado à gasolina na proporção de 25%.
Caso o preço da gasolina continue sua escalada nos próximos dias, a inflação, que já chegou a 6,3%, deve saltar facilmente para 6,5%, teto da meta estabelecida pela equipe econômica do governo de Dilma Rousseff. Acontece que se a inflação continuar subindo e alcançar os dois dígitos, o maior fantasma da economia se espalharão como rastilho de pólvora e ficará incontrolável.
Causa espécie o fato de até agora nenhum petista ter surgido para falar sobre a herança maldita deixada por Luiz Inácio da Silva, que após chegar ao poder não se cansou de criticar a maldição que emoldurava o espólio de Fernando Henrique Cardoso.