Chuva acaba com a soberba de Eduardo Paes, que sonhava em dar uma “chinelada na paulistada”

Prova dos nove – Política é a arte de prometer o que é impossível de ser cumprido. É mentir para a opinião pública, é ludibriar o povo, é fazer gazeta com o dinheiro público. É acima de tudo transformar a representação popular em um lamacento e milionário negócio.

Quando as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, as duas maiores e mais importantes do País, disputavam o direito de abrigar a sede da FIFA durante a Copa de 2014, o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, que continua envergando a sua porção de fiscal de praia, disse, após mostrar a vista da baía da Guanabara a Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA, “Chinelada na paulistada. É humilhante… Mostro a vista e mostro um negócio desses. Vai levar o que pra São Paulo?”.

O gazeteiro Eduardo Paes tem razão, pois visto de cima o Rio de Janeiro encanta, é uma das mais belas obras da natureza. Ao rés do chão, o Rio, que há muito deixou de ser a Cidade Maravilhosa, é o fiel retrato de um país que segue o seu caminho aos trancos e barrancos. A cidade que continua sendo o cartão postal do Brasil é o espelho de tantas outras capitais brasileiras.

Seguindo à risca a imparcialidade que reza o bom jornalismo, o ucho.info sempre fez duras críticas à decisão da FIFA de realizar a Copa de 2014 no Brasil. À época, criticados com largueza, alertamos para o fato de São Paulo e Rio de Janeiro não terem condições de sediar eventos esportivos de grande magnitude, como é o caso da Copa. De igual modo, sempre criticamos a má administração dos políticos que passaram pela prefeitura de São Paulo, pois a maior cidade brasileira sofre com a ausência de inúmeros quesitos de infraestrutura. E quando as águas celestiais decidem dar o ar da graça, São Paulo simplesmente naufraga, enquanto o prefeito Gilberto Kassab desaparece, para ressurgir no dia seguinte em algum evento oficial, como se nada tivesse acontecido.

Na noite de segunda-feira e na madrugada desta terça, a cidade do Rio de Janeiro foi duramente castigada por uma chuva teimosa e que não deu tréguas. Ruas submergiram, morros deslizaram, túneis foram fechados, carros foram perdidos. Enfim, o paraíso foi transformado em praia luciferiana.

Pois então, senhor Eduardo Paes, por onde anda aquela “chinelada na paulistada”? Fato é que paulistano não tem moral para falar mal de carioca e vice-versa.