Até o Comitê do Banco Central prevê que metas da inflação serão ultrapassadas

Índice de aluguel – O cenário prospectivo para inflação não tem evoluído favoravelmente e, além disso, o ambiente econômico continua com nível de incertezas acima do usual. Por isso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) identifica riscos para que se atinja um cenário em que a inflação retorne ao centro da meta, de 4,5% ao ano, até o final de 2012.

Isso é o que consta na ata da reunião realizada pelo Copom na semana passada, divulgada hoje (28) pelo BC, com justificativas para elevação de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que passou de 11,75% para 12% ao ano. Nas três reuniões que o colegiado de diretores do BC fez neste ano, a Selic aumentou 1,25 ponto percentual, no total.

A ata destaca que nos últimos seis meses a inflação tem sido “negativamente influenciada por choques de oferta” domésticos e externos, e afirma que a concentração atípica de reajustes de preços administrados (energia elétrica, transporte público, educação e outros) no primeiro trimestre do ano também pressionou a inflação. O comitê ressalta, no entanto, que o comportamento desses itens “tende a ser relativamente benigno” mais para o final de 2011.

Enquanto isso, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), utilizado como base de cálculo para o reajuste dos valores do aluguel, subiu 0,45%, em abril, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), e ficou abaixo do índice registrado em março (0,62%). No acumulado do ano, o IGP-M registra 2,89%. Nos últimos doze meses, o índice chega a 10,60%.

A maior contribuição para o decréscimo da taxa foi dada pelo setor atacadista como reflexo de variações em baixa de algumas commodities. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), um dos três subcomponentes do IGP-M, passou de 0,65% para 0,29% e foi puxada, principalmente, pelo índice de matérias-primas brutas (de 0,61% para -0,57%). As informações são da “Agência Brasil”.