Saúde pública vira caso de polícia e ministério é obrigado a distribuir remédios em falta

Exemplo paraibano – Em um dos seus discursos, quando procurava apresentar um Brasil maravilhoso, o ex-presidente Lula da Silva chegou a afirmar que a saúde pública estava a um passo da perfeição. Na prática, o brasileiro sabe que a situação é bem diferente dos discursos chapa-branca. Em mais um exemplo do descalabro que impera nessa área, o Ministério Público Federal na Paraíba teve de intervir para que seja retomado o fornecimento dos medicamentos que estão em falta nos últimos três meses.

Os promotores recomendaram que o Ministério da Saúde assuma a tarefa da distribuição de remédios e faça uma auditoria para apurar as irregularidades que levaram à situação caótica na “dispensação” de medicamentos na Paraíba.

“O fato de que nem sequer liminares, em ações movidas individualmente pelos pacientes, têm sido atendidas mostra o quadro de absoluto caos na Saúde do estado”, afirmou o procurador da República Duciran Farena, através da assessoria de imprensa.

O secretário de Saúde foi intimado para estar presente em audiência realizada no dia 13 de abril de 2011, com o objetivo de tratar de diversas pendências, dentre as quais a falta de medicamentos excepcionais, mas ele não compareceu. Até hoje a Secretaria nada apresentou. Mas não dispensou as críticas à gestão anterior, “mas nada faz para responsabilizar aqueles a quem acusa de haver dado causa aos problemas atuais”.

No Senado, o senador Cícero Lucena (PSDB-PB) afirmou que a situação da saúde pública está se tornando “caso de polícia”. “Pessoas amontoadas em macas nos corredores, nas rampas, no hall de elevador, duplicado o número de pacientes nas enfermarias. Os médicos ameaçando pedir demissão por falta de diálogo com o atual governador.

O senador Jayme Campos (DEM-MT) avalia que a saúde pública no Brasil vive situação caótica. Ele concordou com Lucena sobre a saúde ter virado caso de polícia e defendeu a reorganização do sistema, com o governo federal priorizando a vida dos cidadãos.