Código Florestal: votação é adiada e Rebelo entrega traidores e chama marido de Marina Silva de fraudador

Lenha na fogueira – Durante os anos em que engrossou de forma intransigente a oposição, o Partido dos Trabalhadores sempre condenou o uso de decretos presidenciais, sob a alegação de que o referido instrumento afrontava a democracia e remetia o País aos tempos da ditadura.

A noite de quarta-feira (11) caminhava para o seu final quando o PT, manipulado pelo Palácio do Planalto, acabou invertendo o próprio discurso e pediu a retirada de pauta do projeto que cria o novo Código Florestal Brasileiro, cujo texto final foi objeto de intensas e acaloradas discussões. O requerimento para a retirada de pauta foi de autoria do PSol. A decisão se deu porque a base aliada percebeu que os partidos de oposição poderiam derrotar o projeto como um todo, no rastro do decreto presidencial, que no caso de aprovação do Código serviria para definir o cultivo de culturas consolidadas.

O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), acolheu o apelo do PT palaciano e concordou em adiar a votação do Código Florestal, mas alertou que o partido não mais votará qualquer matéria até a definição da matéria.

Acusado pela ex-senadora Marina Silva (PV-AC) de fraudar o texto do Código Florestal, o relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP) pediu a palavra e entregou os traidores do povo brasileiro. Rebelo disse que o texto, que resultou das negociações entre os líderes partidários, era de pleno conhecimento do líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), e do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves. A declaração de Aldo Rebelo deixou os palacianos ainda mais desesperados.

O parlamentar do PCdoB disse ainda, ao comentar a acusação que lhe fez Marina Silva, que o marido da ex-senadora foi quem fraudou exportação de madeira retirada da Amazônia. E que ele [Aldo Rebelo], como líder do governo na Câmara à época dos fatos, impediu a convocação do marido de Marina Silva para depor. Durante sua exposição, Aldo Rebelo foi aplaudido por parlamentares e por convidados que lotam as galerias do plenário, mas teve de ouvir adjetivos como “canalha” e “traidor”.