Discussões sobre a evolução patrimonial do ministro Palocci colocam o Código Florestal no desvio

Pegando carona – Líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP) discursou há instantes na tribuna da Casa, ocasião em que condenou a atitude dos partidos de oposição, que transformaram uma sessão extraordinária convocada para votar o Código Florestal Brasileiro em palco de discussões sobre a meteórica evolução patrimonial de Antonio Palocci Filho e a eventual convocação do ministro-chefe da Casa Civil para prestar esclarecimentos aos parlamentares e à sociedade, indignada com o milagre da multiplicação promovido pelo petista.

Vaccarezza cumpre seu papel ao estocar a oposição, mas na verdade o líder governista agradece aos céus mais uma oportunidade que os adversários lhe deram para postergar a discussão e votação do Código Florestal, matéria relatada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e que vem sendo adiada de forma sistemática pelo Palácio do Planalto.

Desde que chegou ao poder central, em 2003, com o desembarque de Luiz Inácio da Silva no Palácio do Planalto, o PT tem se dedicado a mudar de ideia e descumprir acordos sobre matérias legislativas, como forma de preservar os interesses de um governo absolutista que tenta implantar no País uma ditadura civil, a exemplo do que já ocorre na vizinha Venezuela.

Na última semana, o projeto de lei que cria o novo Código Florestal Brasileiro foi ao plenário depois de muita negociação e com o apoio da base governista e dos palacianos, mas repentinamente, a bordo de justificativas esdrúxulas, o PT mudou o discurso e conseguiu retirar a matéria da pauta, o que provocou uma ruidosa reação dos adversários políticos.

Diante da possibilidade de derrota, o Palácio do Planalto tomou a decisão de adiar ao máximo a votação da matéria, pois o texto final do deputado Aldo Rebelo não atende a todas as exigências do governo de Dilma Rousseff. A atitude do deputado Cândido Vaccarezza de aceitar as imposições palacianas é um atentado contra a democracia, não sem antes ser um duro golpe em seus eleitores, que o reelegeram na esperança de uma representação digna e verdadeira.