Após pequeno recuo, inflação deve subir no segundo semestre e juros altos funcionarão como antídoto

Prazo de validade – Ainda sem se pronunciar oficialmente sobre a persistente inflação, o que configura o ápice da herança maldita deixada por Luiz Inácio da Silva, a presidente Dilma Rousseff se limita ao próprio silêncio enquanto o maior fantasma da economia corrói os salários e vilipendia a dignidade dos trabalhadores.

Autoridades econômicas do governo federal voltaram a rever a projeção de inflação para 2011, que caiu de 6,31% para 6,27% ao ano, de acordo com o relatório Focus, do Banco Central, divulgado na segunda-feira (23). Trata-se da terceira redução consecutiva, que mantém a inflação dentro da meta do governo estabelecida pelo governo (o teto é de 6,5%), mas distante do seu centro, que é de 4,5%.

Professor de Economia da FGV-EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas), Evaldo Alves destaca que a desaceleração foi pequena, mas o movimento injeta confiança na estabilização monetária. “A meta inicial da inflação já foi ultrapassada há algum tempo, ficando muito difícil atingir os 4,5% ao ano. No entanto, o esforço deverá estar concentrado em não extrapolar os valores do intervalo de confiança delimitado, cujo limite é 6,5%. Os preços administrados estão em processo de estabilização, sinalizando alta até 4,95% para 2011 e até 4,5% para 2012. Os riscos e incertezas ficarão por conta das commodities e do déficit público, que não obstante os esforços do governo somente vão apresentar resultados palpáveis até o fim do ano”, salientou o professor da FGV.

Para que a inflação em tese fique sob controle, a saída é o Comitê de Polícia Monetária (Copom) aumentar para 12,5% ao ano a taxa básica de juros (Selic), o que em tese deve comprometer o consumo. No contraponto, a desvalorização da moeda norte-americana frente ao Real pode minimizar mais uma tentativa de puxar o freio da inflação, pois os produtos importados invadirão o mercado brasileiro com preços convidativos, o que deve levar o consumidor a se atirar nas compras.

Mas o governo da neopetista Dilma Rousseff pouco tem a comemorar, pois esse recuo da inflação deve durar no máximo mais dois meses. No segundo semestre, muitas categorias profissionais sentarão à mesa de negociação para tratar de reajustes salariais e outros ganhos. E esses trabalhadores sustentam centrais sindicais poderosas e implacáveis quando o assunto é salário. Fora isso, os últimos quatro meses do ano normalmente são marcados pela elevação de preços, pois no setor de vestuário há mudança de coleção. Sem contar que as festas natalinas sempre puxam os preços para cima.

Mesmo diante desse intrincado quadro, nenhum petista ousa questionar o amaldiçoado espólio deixado aos brasileiros pelo messiânico Lula, que continua circulando pelo planeta como se fosse a derradeira solução para os problemas terráqueos. Enfim…