Planalto retira “kit anti-homofobia” para salvar Palocci, mas oposição ressuscita caso do caseiro Nildo

CPMI – Os tucanos e a bancada do PPS pretendem reabrir o caso da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, no episódio que envolveu o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho. Os dois partidos informaram na tarde desta quarta-feira (25) que pedirão à Procuradoria Geral da República a reabertura do inquérito instaurado em 2006. O procurador-geral Roberto Gurgel, através da assessoria de imprensa, afirmou que não há fato novo na informação da Caixa Econômica Federal.

O Supremo Tribunal Federal concluiu três anos depois, por cinco votos a quatro, que Palocci Filho não teria dado ordens para divulgar a conta corrente do caseiro, na Caixa Econômica Federal. Nesta semana, no entanto, a oposição teve conhecimento que instituição bancária teria revelado à Justiça que a quebra do sigilo partiu do gabinete do ministro da Fazenda.

O líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), acredita que esse novo elemento é um ingrediente material consistente para a Procuradoria Geral da República, reabrir o inquérito e fazer nova análise de dolo no aspecto da quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa.

No outro lado da Esplanada dos Ministérios, no Palácio do Planalto, o governo federal decidiu receber as bancadas religiosas e anunciar a suspensão da divulgação de qualquer material sobre o tema homofobia, segundo a publicou a “Agência Estado”. Seria uma reação à ameaça feita na noite da terça-feira (24), no plenário da Câmara, de convocar o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, caso o governo não retirasse de circulação o chamado “kit anti-homofobia”.

Sobre a CMPI, o tucano afirmou que paira uma suspeição não apenas de tráfico de influência, mas também na falta de definição das origens dos recursos recebidos pela consultoria de Palocci. “A sociedade brasileira precisa de uma explicação, para que não paire essa suspensão, em um dos principais ministros da Republica”.

No Senado Federal já foram recolhidas 27 assinaturas para a abertura da CPMI. Segundo Nogueira, na Câmara os parlamentares pretendem recolher as assinaturas no começo da sessão extraordinária dessa noite, sendo que amanhã, quinta-feira, será possível conhecer o número parcial de deputados que concordam com a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o primeiro grande escândalo do governo da presidente Dilma Rousseff.

Nogueira lembrou que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontou que há seis meses ocorreram movimentações estranhas em uma das empresas do Palocci, além de uma concentração de faturamento de R$ 20 milhões, coincidindo com o ano eleitoral da campanha presidencial. “Tudo isso é muito estranho”.