Cinco horas – Em seu programa semanal de rádio “Café com a Presidenta”, Dilma Rousseff cobrou de prefeitos a construção de ciclovias. O comentário foi por conta da doação na semana passada de 30 mil bicicletas às prefeituras de 81 municípios, para crianças que moram longe das escolas, como parte do programa Caminho da Escola. Até o final de 2011, a distribuição deverá chegar a 100 mil bicicletas e 100 mil capacetes para 300 municípios do País.
O programa foi gravado na semana passada, pois logo mais às 11h30 a presidente deverá desembarcar em Montevidéu, no Uruguai, para uma visita que mescla política, economia e afeto. Amiga do presidente uruguaio, José Pepe Mujica, de 77 anos, Dilma admira a história pessoal do mandatário do país vizinho – que tem vários aspectos comuns com a dela – de combate aos regimes autoritários e luta pelos direitos humanos e pela qualidade de vida dos menos favorecidos.
A viagem ao Uruguai faz parte da determinação de Dilma de dar prioridade ao Mercosul e às relações latino-americanas. Com Mujica, a presidente negocia parcerias nas áreas de infraestrutura para a produção de software (programa de computador), no setor energético e de linhas de transmissão, assim como de ciência e tecnologia e educação.
Dilma passará cerca de cinco horas em Montevidéu. Nesse período, ela pretende conhecer o Laboratório Tecnológico do Uruguai (Latu), considerado referência na região, comandar ao lado de Mujica reuniões bilaterais, assinar uma série de atos, fazer uma declaração conjunta e fechar a visita com um almoço, no Palácio Santos, sede do governo uruguaio. Ela pretende voltar a Brasília por volta das 16h.
A presença de Dilma no Uruguai reforça o empenho de Mujica para consolidar um novo momento político e econômico no país. Há mais de uma década, os uruguaios, cuja formação educacional é considerada uma das mais altas das Américas, deixam o país em busca de oportunidades no exterior pela carência de vagas qualificadas e salários no mercado de trabalho local.
Mujica e Dilma trabalham no anúncio de medidas para a recuperação de ferrovias e a construção de duas pontes sobre o Rio Jaguarão – na fronteira do Rio Grande do Sul com a cidade de Hulla Negra, no Uruguai -, que tem 32 quilômetros navegáveis. Paralelamente, o Uruguai registra, segundo negociadores brasileiros, o melhor momento econômico desde a 2ª Guerra Mundial.
Economicamente, a visita da presidenta fortalecerá a chamada cadeia produtiva entre o Brasil e o Uruguai. O comércio entre os dois países, em 2010, envolveu pouco mais de US$ 1,3 bilhão, sendo que o Brasil exporta principalmente óleos brutos, autopeças, material químico e alguns tipos de alimentos. Com informações da “Agência Brasil”. (Imagem: Detalhe de obra do artista Romero Brito)