Palavra rasgada – Errar é humano, insistir no erro é burrice, ensina o velho adágio popular. O ministro da Educação, Fernando Haddad, deu a entender que continuará com a distribuição do chamado “kit gay” às escolas. Na semana passada, depois intensa polêmica e da revolta da base evangélica na Câmara, a presidente Dilma Roussef teria dito que suspenderia a distribuição do material que custou aos brasileiros R$ 3 milhões.
O MEC também não recolherá o livro “Por uma vida melhor”, distribuído pelo governo federal em escolas públicas do País. A obra incentiva professores a aceitarem, por parte de seus alunos, construções incorretas em sala de aula do ponto de vista da gramática vigente, como “os livro” e “os peixe” – típicas da comunicação oral e informal.
Haddad afirmou que não é possível julgar a obra por um trecho isolado. “Eu não posso fazer uma avaliação de um livro com base numa frase pinçada”, disse, acrescentando que considera que o texto é alvo de “injustiça crassa” por parte dos críticos, segundo a “veja.com”.
Nesta quarta-feira (31), durante audiência na Comissão da Educação do Senado Federal, Fernando Haddad disse que o kit deverá ser acompanhado também de informações sobre outros grupos que também seriam vítimas de discriminação. Segundo ele, a sugestão foi feita pela Frente Parlamentar em Defesa da Família. Haddad não quis definir um prazo para que o projeto seja concluído e disse que está “ouvindo a sociedade”.
“Vou submeter essa consideração para a presidenta para receber as diretrizes [para que o material seja revisado]. Ela [Dilma Rousseff] deixou claro que entendeu que aquele material não estava adequado e pediu para reanalisar o combate à tolerância. Ela compreende que é preciso combater qualquer tipo de preconceito, inclusive a homofobia”, afirmou.
Quando as informações sobre os vídeos e as cartilhas chegaram ao público, o Ministério da Educação informou que o material seria distribuído apenas para as escolas do ensino médio. Não é verdade., pois o kit será manipulado também por crianças a partir de 11 anos. O kit foi elaborado por entidades de defesa dos direitos humanos e da população LGBT, a partir do diagnóstico de que falta material adequado e preparo dos professores para tratar do tema.
É composto por cadernos de orientação aos docentes e vídeos que abordavam a temática do preconceito, mas foi cancelado depois que a presidenta Dilma Rousseff assistiu a um dos vídeos e não gostou do conteúdo. Entre os outros temas que poderiam ser incluídos em uma campanha contra o preconceito na escola ele citou a intolerância religiosa, as questões de gênero e o racismo.