Conversa fiada – Ministro de Ciência e Tecnologia, o petista Aloizio Mercadante bem que tentou, mas suas explicações sobre o “escândalo dos aloprados” não convenceram. Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, Mercadante adotou a estratégia equivocada de partir para o ataque, mas seus inquiridores, os senadores oposicionistas, não se deram por satisfeitos e prometem levar o assunto adiante. Tanto é assim, que o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), apresentou requerimento para que a ministra Ideli Salvatti (PT-SC), das Relações Institucionais, preste esclarecimentos sobre o episódio.
Ao negar seu eventual envolvimento no imbróglio que culminou com o “Dossiê Cuiabá”, conjunto de documentos apócrifos contra os tucanos, o ministro disse que em breve decidirá sobre o processo judicial contra os que ora o acusam – o petista Expedito Veloso e a revista “Veja”. Mercadante dificilmente enfrentará um órgão de imprensa na Justiça, pois sabe que sua ejeção da Esplanada do Ministério aconteceria muito antes de uma decisão judicial.
Considerando que a presidente Dilma Rousseff já não suporta administrar a crise sem fim que despencou sobre o governo, uma nova onda de fogo amigo na direção de Aloizio Mercadante seria infalível. Até porque, Mercadante ainda deve explicações aos eleitores paulistas sobre o real custo de sua campanha ao Senado, em 2002.
Questionado pelo senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB-SP) sobre as razões que levam o PT a não expulsar Expedito Veloso da legenda, uma vez que suas afirmações “não param em pé”, Mercadante optou pelo silêncio.
Acontece que manter na legenda alguns companheiros envolvidos em escândalos é prática comum no Partido dos Trabalhadores. Apenas para ilustrar, Delúbio Soares, um dos pilares do “Mensalão do PT” está de volta ao partido depois de uma falsa quarentena. Responsável pela invasão e depredação da Câmara dos Deputados, em junho de 2006, Bruno Maranhão não apenas continua filiado ao PT, como integra a cúpula da legenda.