Sob pressão – Mesmo sob intenso protesto popular, o Parlamento grego aprovou um pacote de medidas econômicas que em tese ajudará a conter a crise financeira que atinge o país e poderia se espalhar pelo resto do planeta. De olho em um empréstimo de 12 bilhões de euros, a ser concedido pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Europeu, o governo da Grécia apressou a aprovação das medidas, que consistem em ajuste fiscal, aumento de impostos e privatizações.
Minutos antes do início da votação, que teve 155 votos a favor e 138 contra, em universo de 300 parlamentares, o primeiro-ministro George Papandreou reafirmou, na tribuna do Parlamento, que o país fará o possível para evitar o default da dívida e o colapso do país “a qualquer custo”. “Faremos tudo para evitar ao país o que supõe a bancarrota”, completou o premiê grego.
O pacote de medidas aprovado no início da tarde, horário local, foi uma exigência dos credores internacionais, preocupados com as consequências desastrosas que poderiam surgir a partir de um calote da dívida por parte da Grécia. Com dívida que supera os 355 bilhões de euros, o governo grego aceitou a imposição internacional de realizar um corte de gastos de US$ 28 bilhões, ao mesmo tempo em que espera arrecadar 78 bilhões de euros em impostos até 2015.
Após a aprovação das novas medidas, os manifestantes reforçaram os protestos em Atenas, que já eram intensos antes da votação. Os contrários ao pacote entraram em confronto com a polícia, revidando com pedras os ataques a bombas, o que deixou dezenas de feridos nas ruas da capital grega.
Recheado com exigências feitas pela comunidade financeira internacional, o plano de reestruturação da dívida apresentado pelo governo da Grécia aos parlamentares está sendo considerado por especialistas como uma espécie de moratória branca. O aceite dos órgãos internacionais se deu como forma de evitar um efeito cascata capaz de chacoalhar as finanças de muitas nações.