(*) Renata Bezerra de Melo, da Folha de Pernambuco –
Ao homenagear o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em solenidade no Senado, na quinta-feira (30), o PSDB fez um mea-culpa. Não apenas corre atrás do prejuízo, como reconhece o erro de ter deixado o sociólogo fora da vitrine por quase uma década. Sem cerimônia, o presidente nacional da sigla, deputado federal Sérgio Guerra admite que a ficha caiu tarde.
Indagado sobre a repisada interpretação de que o tucanato esticou a corda ao máximo antes de voltar a jogar luz sobre FHC, o dirigente, com bom humor, confessou: “Não somente é verdade, como…é verdade!”. Reconhecer é mais digno que negar. Por muito tempo, a sigla intimidou-se frente ao bombardeio do PT, capitaneado pelo ex-presidente Lula, contra as privatizações da era FHC.
Agora, a guinada no comportamento veio a calhar com a fase em que até petistas passaram a render loas a Fernando Henrique. Depois da presidente Dilma Rousseff (PT), ontem, foi a vez do governador Tarso Genro (PT/RS) enaltecer, em correspondência, o caráter democrático do projeto do Governo FHC. Com Lula e sua alta popularidade fora da presidência, ficou mais fácil ao PSDB deixar de lado a tese do “santo de casa não faz milagre”.
Na visão do presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra, os elogios do petista e presidente da Câmara Federal, Marco Maia e da presidente Dilma Rousseff a FHC não representam distensionamento na relação entre governo e oposição. “Aos 80 anos, FHC chegar a esse reconhecimento é uma prova de que o País está amadurecendo. Ninguém falou em concordância, falou em reconhecimento”.