(*) Magno Martins, do blog do Magno Martins –
Enquanto a transposição estanca, dispensa trabalhadores e atrasa pagamentos de terceirizados, as obras da Transnordestina andam a todo vapor no sertão pernambucano. Na maratona que cumpro com palestras no Araripe desde a última segunda-feira, estive, ontem (14), no trecho de Lagoa do Barro, em Araripina, onde haverá uma estação de embarque e desembarque dos produtos que serão transportados na região.
Encontrei, é verdade, sinais de que não se trata de um elefante branco como a transposição, mas um projeto real e viável. Duas pontes gigantes já foram levantadas e o próximo passo será a chegada dos equipamentos para montagem dos trilhos. O governo só esqueceu um detalhe: de indenizar os proprietários que perderam suas terras para a ferrovia.
São mais de 70 pais de famílias que deram entrada em toda a documentação para o processo de pagamento das suas terras e benfeitorias e até agora não viram a cor do dinheiro. “Seu” Joaquim Santos é um desses. Morador das redondezas, ele perdeu um lote pequeno, “um canto de cerca”, como ele diz, no valor de apenas R$ 10 mil. “Isso já tem mais de um ano e não sei quando vou receber.
Já estou perdendo minha esperança”, diz ele. O engenheiro Marçal Fernandes, da Odebrecht, reconhece que a burocracia retardou o pagamento das indenizações, mas disse que só faltam receber apenas 10 famílias. Não é o que diz o vereador Evilásio Mateus (PDT), que mora na localidade. “A Odebrecht está minimizando. O drama social é mais grave”, alerta.