Imprensa brasileira se cala diante da incompetência do governador do Rio, o fanfarrão Sérgio Cabral Filho

Calou por quê? – Há por parte da imprensa brasileira certa complacência diante dos discursos mitômanos de Sérgio Cabral Filho (PMDB), governador do Rio de Janeiro, um das mais importantes unidades da federação. Há dias, ao tentar explicar a tragédia que terminou com a morte do garoto Juan de Morais, em um subúrbio carioca, Cabral Filho tentou minimizar a ação criminosa dos policiais militares com a divulgação de alguns números dos investimentos estaduais no setor de Segurança Pública. Entre as tantas balelas vociferadas pelo governador fluminense, a modernização do Instituo Médico Legal do Rio mereceu destaque. Acontece que Cabral Filho continua ignorando a corrupção que domina o órgão e que foi alvo de denúncias do legista Daniel Ponte, que por conta de sua coragem foi obrigado a fugir, pois do contrário já estaria morto.

Outro tema recorrente no palavrório de Sérgio Cabral é o sucesso das Unidades de Polícia Pacificadora em comunidades carentes, até então dominadas pelos traficantes. No bairro de Santa Teresa, onde existem oito favelas, há duas UPPs instaladas. Mas foi no mesmo bairro que criminosos surrupiaram os hóspedes de um hotel de luxo na última segunda-feira (18). Semanas antes da abertura dos Jogos Pan-Americanos, em 2007, o então presidente Luiz Inácio da Silva declarou que, encerrada a competição esportiva, o Rio teria à disposição o melhor e mais eficiente sistema de segurança pública do País. E o assalto ocorrido no início da semana é mais um evento que derruba a fala messiânica de Lula.

Quando Dilma Rousseff, ainda presidente eleita, finalizava a escolha dos ministros e assessores, Sérgio Cabral tentou emplacar na Saúde, no lugar de José Gomes Temporão, o secretário estadual Sérgio Cortes. Tudo muito bem, pois qualquer ocupante do Palácio do Planalto sempre será refém do apoio político e terá de conviver com um sem fim de indicações de apaniguados. Porém, o que se espera de uma indicação para cargo tão importante é que o indicado pelo menos seja competente. Longe de afirmar que Sérgio Cortes é incompetente, mas um fato ocorrido nesta semana mostra que competência é uma palavra que não faz parte do dicionário do secretário da Saúde do Rio de Janeiro. Há dias, uma mulher grávida deu à luz logo após descer do trem. Cansada de esperar pela chegada da ambulância à estação, a mulher, com o filho recém-nascido no colo, seguiu para o hospital de ônibus.

É verdade que a inoperância do Executivo (federal, estadual ou municipal) sempre é disfarçada com as milionárias propagandas oficiais, mas muito antes de abocanhar os cofres públicos os veículos de comunicação têm a obrigação de defender os interesses do povo. Algo que o ucho.info faz há dez anos, com dedicação.