Polícia Federal poderá abrir novos inquéritos para apurar denúncias nos Transportes, afirma ministro

Alça de mira – O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, disse nesta quinta-feira (21) que a Polícia Federal (PF) está avaliando os pedidos de investigação de irregularidades no Ministério dos Transportes e que novos inquéritos poderão ser abertos, se comprovada a existência de casos ainda não investigados.

“Sempre que aparecerem fatos novos, novos inquéritos serão abertos. Agora, fatos que já estão sob apuração não vão exigir, nem poderiam exigir novos inquéritos”, afirmou Cardozo. Segundo o ministro, muitos dos processos com indícios de fraudes no setor já estão sob investigação “há muito tempo”.

“Já temos muitos inquéritos abertos, em várias superintendências da PF, sobre eventuais denúncias de superfaturamento, irregularidades ou ilicitudes no Ministério dos Transportes.”

O discurso de José Eduardo Cardozo de que a Polícia Federal terá uma atuação republicana no caso dos escândalos do Ministério dos Transportes anestesia a consciência de parte da opinião pública, mas é importante salientar que trata-se de ação que avançará até o ponto em que os interesses palacianos não sejam comprometidos. Em primeiro lugar porque os apaniguados do Partido da República denunciados e que foram demitidos sabem muito mais do que os inquilinos do Palácio do Planalto gostariam que eles soubessem. E o primeiro demitido que se sentir abandonado ou injustiçado certamente contará a verdade ao primeiro que surgir.

O primeiro ponto que deve ser levado em conta é que nesse imbróglio de superfaturamento e cobrança de propinas não há apenas integrantes do PR, mas também petistas, todos envolvidos no esquema criminoso do começo ao fim. Fora isso, seria uma tremenda irresponsabilidade por parte da cúpula do governo Dilma Rousseff não lembrar que a atuação criminosa que tomou conta do Ministério dos Transportes começou há quase oito anos e contou com as bênçãos de Luiz Inácio da Silva, o messiânico e inocente Lula, que jamais soube de qualquer transgressão cometida por companheiros e aliados.