Petrobras culpada – Além dos problemas de infraestrutura em diversos setores, como aeroportos, portos e estradas mal conservadas, o próprio governo federal se encarregou de anunciar mais uma preocupação para o castigado brasileiro. O Brasil está com sua capacidade de produção de gasolina esgotada. As conseqüências serão arcadas pelo contribuinte, que brevemente terá de pagar mais caro pelo combustível.
A notícia ruim foi transmitida pelo próprio presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo. A indecisão da estatal em ampliar seus investimentos durou meses e esta é uma das causas do gargalo na produção de gasolina. Até 2015, o plano de investimento da Petrobras prevê recursos de US$ 224,7 bilhões. Segundo fontes do mercado, essa indecisão, que durou meses, ajudou a deixar os investidores inseguros e as ações da Petrobras continuaram ladeira abaixo: caíram 14% este ano e 34% desde 2010.
No “Jornal da Globo”, da noite de segunda-feira (25), o presidente da estatal disse que as ações da empresa já apresentam sinais de recuperação e nega que houvesse uma expectativa de investimentos maiores. “Não há um plano de 260, 240, ou 280. Existia um plano de 224,7 que é resultado da avaliação de 3.600 projetos”. No plano, pela primeira vez, a Petrobras pretende vender ativos ou participações acionárias em empresas para gerar um caixa de US$ 13,6 bilhões para o pagamento de dívidas.
Mas José Sérgio Gabriellli admite problemas. Disse que com o aumento da venda de carros “flex” e a diminuição da produção de álcool, a solução por enquanto é importar gasolina. A capacidade de refino da Petrobras atingiu o limite. Entre os projetos da empresa está a construção de mais quatro refinarias, que começam a entrar em operação a partir do próximo ano.
“Com a crise do etanol e com a venda de carros flexíveis, flexfuel, que podem usar a gasolina e o etanol, houve um aumento grande da demanda de gasolina. Tivemos aumento de 19% da demanda de gasolina em 2010. Isso fez com que nossa capacidade de produção de gasolina chegasse ao limite. Nós estamos praticamente no limite das nossas refinarias hoje existentes para a produção de gasolina”, disse Gabrielli.
Com tanta demanda, ele admite ainda que pode aumentar o preço da gasolina, que está congelada desde 2009. “Nós provavelmente vamos precisar ajustar o preço doméstico. É um processo que depende essencialmente do mercado internacional. Enquanto isso vamos trazer importação. Não tem dúvida. Não vai faltar gasolina no Brasil”.
