(*) Magno Martins, do Blog do Magno Martins –
Diante do megaescândalo no Ministério dos Transportes, a presidente Dilma dá sinais práticos de que fará uma faxina geral em seu governo. Nos Transportes, aliás, a limpeza incluiria, também, todas as superintendências do DNIT nos Estados. Em Pernambuco, o órgão está sob o controle do deputado Inocêncio Oliveira, que, inicialmente, nomeou Marcos Crispim, filho do ex-deputado José Marcos, e no lugar deste, há um ano e seis meses, o paraibano Divaldo de Arruda Câmara, técnico de carreira da instituição.
Numa entrevista ao jornal “O Globo” de ontem, Inocêncio colocou as mãos no fogo pelo aliado. “Divaldo tem 35 anos de carreira na área e reputação ilibada. Mas, se a presidente resolver mudar e tiver alguma coisa errada, tem toda a prerrogativa. Não vou interferir”, disse. Na verdade, a mídia nacional descobriu maracutaias em praticamente todas as superintendências do DNIT.
Em São Paulo, o responsável pelo DNIT desviou cimento, foi condenado e cumpriu pena. Em Santa Catarina, João José dos Santos, indicação da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, está envolvido em irregularidades nas obras de rodovias que ligam Santa Catarina ao Rio Grande do Sul.
Em Pernambuco, é possível que nem tudo esteja como manda o figurino da ética, mas nem Crispim nem tampouco Arruda Câmara estão no furacão da podridão descoberta nos Transportes. Pelo menos até agora, diga-se de passagem. Não se sabe o que virá por aí.
O superintende do DNIT no Paraná, José da Silva Tiago, foi escolhido pelo ex-diretor-geral do DNIT, Luiz Antônio Pagot. É um dos que têm a situação mais delicada. É investigado pelo TCU e a CGU por sobrepreço em obras. No Mato Grosso, também da cota do Pagot, já caiu o superintendente Nilton de Brito, acusado de favorecer a empresa do irmão, o engenheiro Milton de Brito. No Amazonas, o DNIT é totalmente controlado pelo ex-ministro Alfredo Nascimento.