Faca amolada – Denúncias, pendências judiciais e problemas enfrentados na campanha eleitoral de 2010 deram à Câmara Legislativa do Distrito Federal uma bancada bastante singular. Até agora, cinco deputados distritais correm o risco de perder o mandato. Benedito Domingos (PP) é acusado de favorecer empresas ligadas à sua família na obtenção de contratos com o GDF.
Olair Francisco (PRTB), empresário do ramo da sapataria, é acusado por sua suplente de abuso de poder econômico e compra de votos durante a campanha do ano passado. Benício Tavares (PMDB) teve seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), mas obteve do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liminar que o mantém no cargo. Ele teria obrigado funcionários de uma empresa de segurança a votar nele, por meio de uma suposta coação exercida pelo dono da empresa, o ex-distrital César Lacerda.
Wellington Luís (PSC) tem um pedido de reprovação de suas contas protocolado pelo Ministério Público. Os promotores encontraram notas fiscais sem comprovação das despesas. Raad Massou (DEM) também teve seu mandato cassado pelo TRE-DF. Ele teria usado veículos em sua campanha sem a comprovação dos gastos, além de ter recebido, segundo as acusações, cerca de R$ 30 mil de uma pessoa jurídica criada no ano da eleição, o que é vetado pela legislação eleitoral.
Além dos acima citados, Roney Nêmer (PMDB) e Aylton Gomes (PR) ainda devem explicações à Justiça por suposto envolvimento nas irregularidades apuradas na famosa operação da Polícia Federal, a Caixa de Pandora, que desvendou o escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do Democratas” e culminou com a derrubada do governador José Roberto Arruda.