Sindicatos, UNE e MST irão às ruas para protestar contra plano anunciado por Dilma Rousseff

Pauta extensa – As centrais sindicais aproveitarão a passeata de quarta-feira (3) para criticar o Plano Brasil Maior, anunciado nesta terça-feira (2) pelo governo federal. Segundo João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, o governo errou ao não ter aberto diálogo com representantes dos trabalhadores, o que poderia ter melhorado o plano. O percurso da manifestação será do Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, até a Assembleia Legislativa de São Paulo, na Zona Sul da capital paulista.

“Acho que (na elaboração do plano) poderia ter se verificado quais são os setores que mais têm problemas, por exemplo, em relação à competitividade. E pensar, a longo prazo, em investimentos em qualificação e na redução de impostos dos setores que são mais atingidos. O governo se enrolou internamente. Tem uma disputa interna entre setores do governo que está prejudicando o diálogo geral”, disse Juruna, em entrevista à “Agência Brasil”.

Juruna destacou que entre os pontos positivos do plano estão a redução da alíquota para o INSS dos setores mais sensíveis ao câmbio, como o de vestuário, o controle maior sobre a entrada de produtos nos portos brasileiros e a busca do governo por uma maior nacionalização do setor de autopeças.

No ato de amanhã, os manifestantes vão reivindicar a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução do salário, redução na taxa de juros, o fim do fator previdenciário, a realização de reformas agrária e urbana e a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e de 50% do fundo social do pré-sal para a educação. Terá participação de cinco centrais sindicais, além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE)

Para a Força Sindical, o plano foi tímido, principalmente por não tratar mais especificamente sobre redução na taxa de juros. “A Força Sindical considera tímidas e insuficientes às medidas. Faltou ousadia ao pacote e um diálogo democrático e mais aprofundado com os setores envolvidos nas medidas”, disse a entidade, por meio de nota.

Além da crítica à taxa de juros, a nota traz outra preocupação da Força Sindical com relação à Previdência Social. “Os trabalhadores estão preocupados com a Previdência Social e com o aumento do déficit devido a perdas de arrecadação”.