Crise na Europa e nos EUA pode comprometer o Brasil, onde automóvel já é vendido com ágio

Sinal vermelho – Dilma Rousseff disse recentemente que o Brasil está preparado para os efeitos da crise econômica que chacoalha diversas economias, em especial as da Europa e a dos Estados Unidos. Por mais que o chefe da nação tenha a obrigação institucional de muitas vezes falar aquilo que foge à verdade, a realidade brasileira é bem diferente da que balbuciam Dilma e seus ministros da área econômica.

O cenário de preocupação que marca o cotidiano do Banco Central Europeu deve singrar o Atlântico e desembarcar em terras verde-louras, pois o planeta caminha na direção de uma recessão, mesmo que alguns economistas não apostem nessa tese.

Enquanto os europeus suspendem suas férias de verão como forma de economizar, o que deve produzir um estrago considerável na economia do Velho Mundo, no Brasil o cidadão é empurrado cada vez mais na direção do consumo. Tanto é assim, que Dilma Rousseff participa em Brasília, nesta semana, de evento sobre políticas públicas voltadas para a nova classe média, que no embalo da fanfarrice de Luiz Inácio da Silva recebeu 39 milhões integrantes, vítimas, sem exceção do crédito fácil. O evento acontece porque Dilma, assim como todos os políticos bem informados, sabe que a classe média representa pelo menos 50% do eleitorado nacional. E é preciso fazer com que essa fatia da sociedade continue flanando na falsa sensação do poder de compra.

Para combater a inflação, um dos mais temidos fantasmas da economia, o Copom tem sistematicamente aumentado a taxa básica de juros. Condenada pelo setor produtivo, a estratégia tem dado certo, pelo menos no campo da teoria, porque o real está supervalorizado em relação à moeda norte-americana. Situação que incentiva a importação de produtos estrangeiros e impede que a demanda seja maior que a oferta.

Acontece que no setor de automóveis novos já há um quadro que começa a preocupar. Alguns modelos de veículos, acima de R$ 50 mil, sofreram aumento de preços nas concessionárias e já são alvo de cobrança de ágio. Essa situação os brasileiros conhecem há muito tempo. Dilma Rousseff que se cuide, pois o Brasil não é esse Porto Seguro que os palacianos anunciam aos bolhões.