Crise financeira global corrói o valor de empresas brasileiras e já desperta o fantasma do desemprego

Hora da verdade – Diz a sabedoria popular que contra fatos não há argumentos. E quando os fatos se traduzem em números, a aritmética simplesmente reina soberana. Ainda fazendo uso das pílulas de messianismo cedidas por Luiz Inácio da Silva, a atual ocupante do Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, começou a mudar o discurso oficial em relação à crise financeira global, que já começa a provocar estragos no País.

Na agitada segunda-feira (8), a (Bovespa) não apenas registrou impressionante queda de 8,08%, mas viu despencar o valor das ações da Petrobras e da Vale, as duas principais empresas que compõem o Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo), perderem, juntas, R$ 42,6 bilhões do valor de mercado.

No dia em que assinalou a maior desvalorização desde outubro de 2008, quando a tal da marolinha exibia sua musculatura de tsunami aos brasileiros, as ações da Petrobras despencaram 7,77%, que em números absolutos representa perda de R$ 21,8 bilhões no valor da empresa. As ações da Vale encolheram 9,4%, ou seja, R$ 20,8 bilhões a menos no valor de mercado da mineradora.

Se os números do mercado financeiro são complexos para os leigos, os seus efeitos são no mínimo maléficos. Com perdas bilionárias, situação que deve se repetir nos próximos dias, as empresas perdem a capacidade de investimento e, consequentemente, deixam de gerar empregos, quiçá não comecem a demitir. Esse quadro não significa que no caso da Petrobras e da Vale as empresas deixaram de ser importantes e estratégicas, mas a anunciada retração do consumo mundial torna inevitável a desvalorização a que o mundo assistiu na segunda-feira.

Quando Luiz Inácio da Silva adotou o bordão “nunca antes na história deste país” para estocar a oposição, isso só foi possível porque o profético petista encontrou o País em situação econômica sólida e em condições de crescer. Do contrário, Lula jamais teria abusado da fanfarrice e da pirotecnia oficial para anunciar o que não fez.