Pedro Simon lembra que Lula e Fernando Henrique Cardoso não se empenhavam para punir corruptos

Apoiando a faxina – O remédio que o governo federal, em formato de blindagem dos ministros que comparecem ao Congresso para explicar as suspeitas de irregularidades e corrupção, tem alguns pontos positivos na opinião do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Ele refuta que a presidente Dilma Rousseff tem melhor desempenho que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

A reportagem do ucho.info perguntou se o senador entendia que o governo da petista Dilma está usando o subterfúgio da blindagem dos ministros. Conforme definido pela bancada do PMDB, ele explicou que o partido dará cobertura ao ministro naquilo que estiver certo. “Mas, o que for provado de errado nós vamos dar cobertura para o governo, declarou o parlamentar gaúcho. Simon lembrou que houve alguns comentários em relação a exageros nas investigações de irregularidades no Ministério do Turismo. “Isso eu não sei responder. Mas a polícia tem que ter um certo cuidado para não fazer espalhafato demais. Agora, eu não sou contra que prendam. E tá certo que prendam. Agora, o cuidado é necessário”, salientou.

Quanto à condução da presidente Dilma Rousseff para driblar a situação inusitada na Esplanada dos Ministérios, o senador peemedebista crê que esteja no caminho certo. “Eu estou com a Dilma. Errou, tem que pagar e na dúvida demite. O que estava acontecendo no Brasil no governo Fernando Henrique e no governo Lula, as manchetes saíam no jornal e ninguém apurava nada. O cara continuava no cargo. Parece que com a Dilma isso não vai acontecer.”

Código Florestal

O senador entende que falta muito para que se chegue a um consenso na questão do projeto do Código Florestal Brasileiro, mas está otimista que deverá ser encaminhado a contento no Senado. Apesar de muitos senadores não pensarem na mesma sintonia. “O presidente Sarney já disse que a gente pretende fazer um amplo estudo. Um debate aprofundado. Ele (projeto do Código Florestal) saiu com muita polêmica da Câmara. E o pessoal aqui quer baixar a bola, mas tenho a convicção de que haverá um estímulo profundo para a gente chegar às conclusões”, disse.

Houve tempo em que o combativo senador gaúcho, mesmo integrante de um partido aliado ao governo, tinha posições bem claras sobre as convicções. Era capaz de, sem rodeios, criticar severamente o que entendia estar errado, sendo contrário à orientação partidária. Voltando no tempo é possível resgatar momentos da política em que Simon começava seus discursos e o plenário chegava a parar para ouvi-lo. Há quem, saudosista, lembre o quão importante é ter um parlamentar do estilo Simon.