Mercado e realidade – A sensação de descontrole inflacionário sumiu, afirmou o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, na abertura do Seminário Internacional sobre Justiça Fiscal, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).
Tombini lembrou que no início do ano houve “alta significativa dos preços” no País, causada pelo aumento dos preços das commodities [produtos primários com cotação internacional] e dos preços administrados em janeiro e também pelos desastres ambientais, como as chuvas. Tudo isso trouxe impacto, principalmente, nos preços de alimentos.
O mercado interno ajudou o País a superar a crise financeira internacional iniciada em 2008 e não será diferente no atual cenário, avaliou Tombini. O presidente do BC lembrou que cerca de 35 milhões de pessoas ingressaram na classe média no país e mais de 25 milhões deixaram a linha da pobreza.
Tombini voltou a afirmar que o Brasil se preparou para o ambiente internacional mais desafiador, com aumento das reservas internacionais e dos recursos dos bancos depositados no BC. Além disso, houve melhora nos fluxos de recursos que entram no País, com investimentos maiores no setor produtivo. O presidente do BC destacou ainda que o governo adotou medidas para “reduzir a capacidade do mundo de especular contra o dólar no nosso mercado”.
Segundo Tombini, o governo tem adotado uma estratégia ampla de combate à inflação, com atuação não somente do BC. Para ele, o corte nos gastos públicos de R$ 50 milhões e a fixação de uma meta fiscal, que “vem sendo atendido até com antecipação”, têm contribuído para o controle da inflação no país.
Além disso, ele citou medidas para que o crédito cresça de “forma segura” e a elevação de 1,75 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, de janeiro a julho deste ano. “Creio que já temos alguns resultados importantes para apresentar. Aquela sensação de descontrole inflacionário sumiu”, destacou.
Alexandre Tombini enfatizou ainda que a perspectiva do mercado financeiro é que a média mensal da inflação, neste segundo semestre, fique em torno de 0,38%, compatível com a meta de inflação. As informações são da “ABr”.