Na mira do tucanato – Quase que literalmente, os tucanos voaram para cima da senadora Marta Suplicy (PT-SP) na tarde desta quarta-feira (10). O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), acusou a senadora petista, que foi ministra do Turismo do governo Lula, de ser a responsável pela crise deflagrada no ministério que ela comandou.
Dentre os 35 presos na operação Voucher está o ex-chefe de gabinete de Marta, Mário Augusto Moysés, ex-presidente da Embratur. Para Sérgio Guerra, os problemas remontam à gestão de Marta, entre 2006 e 2007. “Não começaram com o ministro atual. Eles vêm de muito antes, e vem da Marta sim, do tempo da Marta e do tempo depois dela. Ela tem de explicar isso, sim”, disse o presidente dos tucanos.
Sérgio Guerra conta que as festas em estados se tornaram uma das prioridades do ministério, sob a batuta de Marta Suplicy. E diz que há muitos processos que consubstanciam as irregularidades. “Eu próprio posso explicar o que vi no meu estado. Vinte, trinta festas que ela pegou o dinheiro para fazer festa e não se realizou. Estranhamente as dotações do Congresso e do ministério para realizações de festa explodiu em dois três anos. De repente, festa virou prioridade nacional. Sob responsabilidade do governo do PT e ministra do PT. Ela não pode ficar nas estrelas pensando que foi nas estrelas que isso aconteceu. Foi no ministério que ela dirigia. Tem processos em todos o locais que comprovam isso”, revelou.
Em nome do partido, Guerra declarou que o combate à corrupção perpetrado pela presidente Dilma Rousseff tem o apoio dos tucanos. No entanto, quer ações mais incisivas sobre os partidos aliados de maior peso no governo. Guerra afirmou que Dilma não deve defender ministros do partido que estejam envolvidos com supostas irregularidades. Apesar de não citar o PMDB, o tucano se referiu ao ministério do Turismo, comandando por Pedro Novais (PMDB), e ao da Agricultura, comandado por Wagner Rossi (PMDB), alvo de denúncias de irregularidades.
“As coisas estão explodindo no ministério do Turismo, da Agricultura também, mas estranhamente quando começa a investigação no ministério da Agricultura a presidente trata logo de proteger o ministro e dizer esse ministro merece nossa confiança e está fora da linha de fiscalização. Não pode estar fora não. Tem de estar na linha de fiscalização”, disse o parlamentar pernambucano.
Marta Suplicy preferiu utilizar a assessoria para lamentar as acusações do presidente tucano. “É lamentável o presidente do PSDB começar a campanha eleitoral antes da hora. Trabalhei um ano no ministério e não há nenhum questionamento sobre minha gestão”, informou a senadora do PT.