Dilma Rousseff ainda deve uma palavra sobre o covarde assassinato da juíza Patrícia Acioli, em Niterói

Mudez estranha – Durante a solenidade realizada no Palácio do Planalto para dar posse a Roberto Gurgel em novo mandato à frente da Procuradoria-Geral da República, a presidente Dilma Rousseff, que economizou palavras ao falar sobre o timoneiro do Ministério Público Federal, aproveitou a oportunidade para mandar alguns recados. Entre eles, o seu descontentamento com a “Operação Voucher”, da Polícia Federal, que terminou com a prisão de mais de três dúzias de acusados, todos já liberados pela Justiça.

Dilma se referiu ao uso de algemas durante as prisões e o vazamento de fotos dos presos, tiradas para identificação em presídio do Amapá. O recado foi endereçado à Polícia Federal e ao ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, último remanescente do grupo de campanha que ficou conhecido como “Os Três Porquinhos”.

A presidente or certo está preocupada com as consequências da “Operação Voucher”, que por ter alvejado o PMDB pode trazer problemas ao Palácio do Planalto em sua relação com o Congresso Nacional, especialmente com a chamada base aliada, que nesta terça-feira deve registrar a saída do Partido da República, despejado do Ministério dos Transportes. Sem contar os “companheiros” de partido flagrados na operação policial.

Contudo, causa espécie o fato de Dilma Rousseff ainda não ter comentado a morte da juíza Patrícia Acioli, assassinada com 21 tiros quando chegava em casa, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Dois dias antes do brutal assassinato, um policial civil foi à Polícia Federal para informar sobre um plano para matar a magistrada.

O caso da morte da juíza Patrícia Acioli e os escândalos na Esplanada dos Ministérios fazem parte da herança maldita de Luiz Inácio da Silva, que garantiu segurança pública de excelente qualidade no Rio de Janeiro e fomentou a corrupção ao fatiar a máquina pública e ser leniente com os desmandos. Dilma por certo não pode atirar pedras no antecessor, bem como não deve esticar a corda da base aliada, caso queira chegar ao final do mandato, mas uma só palavra sobre o caso Patrícia Acioli custa pouco, quase nada.