Pelo ralo – Diferentemente do que fez Luiz Inácio da Silva em 2008, que classificou a crise financeira internacional como “marolinha”, a presidente Dilma Vana Rousseff foi mais prudente e preferiu afirmar que o Brasil não é uma ilha e que não está imune aos solavancos que afetam muitas economias ao redor do planeta. A declaração foi feita durante solenidade no Palácio do Planalto, na terça-feira (16), quando a presidente participou do lançamento de novas universidades federais no País. “Apesar de não sermos imunes à crise, podemos cada vez mais nos blindar e fazer com que esse processo de crescimento signifique processo de elevação da atividade econômica, oportunidades, empregos”, disse Dilma.
Enfrentar a crise que principalmente afeta a zona do euro exigirá do Brasil uma série de sacrifícios, entre eles o corte de gastos públicos, o que não deve ocorrer de forma incisiva por conta dos investimentos em obras da Copa do Mundo de 2014 e também da pirotecnia que marca qualquer governo que abusa do populismo barato.
Horas depois de Dilma Rousseff ter declarado “Vamos enfrentar a crise da forma mais eficaz para que nosso País permaneça no trilho do crescimento responsável”, o Palácio do Planalto deflagrou campanha publicitária nacional para mostrar que o governo federal está pronto para o que der e vier. Sob o mote de que o Brasil está em boas mãos, a tal campanha anuncia que o País tem US$ 240 bilhões em reservas internacionais.
Manda a lógica que em tempos difíceis o melhor caminho é cortar despesas, mas não é assim que pensam os palacianos. Se o desejo da presidente é enfrentar a crise com parcimônia, a campanha é no mínimo desnecessária. Apelar para artifícios publicitários mostra que Dilma Rousseff não está tão confiante como parece.