Disputa pela liderança do governo no Congresso Nacional provoca a primeira baixa

Sacode poeira – O senador José Pimentel (PT-CE) anda com os nervos à flor da pele. O nervosismo provocou até um bate-boca, por motivos banais, com a presidência da reunião na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, quando era ouvido o ministro das Minas e Energia, Édison Lobão (PMDB). A razão do destempero não foi a distribuição dos royalties da camada pré-sal que estava em debate no momento, mas uma questão política.

Pimentel foi avisado que sua pretensão de ser o novo líder do governo no Congresso Nacional estava praticamente sepultada. A notícia, naturalmente, não foi bem recebida. A vaga foi aberta na semana passada, quando a presidente Dilma Rousseff (PT) aceitou a indicação do PMDB. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro (PMDB), deixou a função e abriu uma disputa que provoca novos choques entre os dois principais partidos da base aliada.

No Palácio do Planalto, a ministra de Relações Institucionais Ideli Salvatti comentou na manhã desta terça-feira (23) que a presidente ainda não havia escolhido o substituto. A prerrogativa é de Dilma Rousseff, mas a indicação segue um manual de convivência com os partidos aliados. O PMDB naturalmente quer manter o cargo com um integrante da legenda, que poderá ser o deputado Marcelo Castro, do Piauí.

Há muitos comentários sobre essa indicação nos corredores do Parlamento, mas o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse à reportagem do ucho.info que não foi consultado sobre o tema. Já o líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG), considera Castro uma excelente escolha. Mas como Maia, disse que não conversou com assessores próximos de Dilma sobre a liderança no Congresso.

O PR vive um processo de reaproximação do Palácio do Planalto depois que o partido foi ejetado do Ministério dos Transportes. Para a ministra, as últimas conversas com as lideranças do partido foram “bastante positivas”.

Para esta semana, além do jantar com a bancada do PMDB está previsto um encontro do governo com o PV. O partido está indo para a base aliada. Ideli disse que o momento é de recomposição do partido e que o governo está trabalhando pela reaproximação. “As minhas conversas com o PR são de muita paciência, muito trabalho e recomposição. Tem um tempo. Nós estamos no tempo de reaproximação”, disse ela, sem saber quando esta reaproximação se concretizará.