Grupo do ex-governador Joaquim Roriz entra em campo para salvar o mandato da filha na Câmara

Trinta minutos – O grupo “rorizista” aguarda com otimismo o julgamento da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) no plenário da Câmara dos Deputados, amanhã. A avaliação é de que a herdeira política do ex-governador Joaquim Roriz (PSC) será absolvida graças a dois principais fatores: a ausência de líderes em campanha nos bastidores pela cassação e o receio de grande parte dos 513 julgadores de que seja criado um precedente para futuros casos envolvendo passados nebulosos de parlamentares.

O relatório do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) que recomenda a perda do mandato será apreciado na sessão desta terça-feira (30). Para que seja aprovado, são necessários 257 votos favoráveis, ou seja, maioria absoluta.

Roriz entrou em campo para defender a filha. Ele conversou com vários aliados antigos a quem ajudou quando tinha influência no PMDB ou nos 14 anos em que esteve à frente do Governo do Distrito Federal. Pediu ajuda também no PSDB, partido do relator do processo, em que espera contar com o empenho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem foi parceiro nos anos em que estiveram no poder. Na conta de Roriz, pelo menos 60 deputados estariam na lista favorável a Jaqueline.

Na sessão de amanhã, a própria deputada terá de lutar pelo mandato. Ela terá 25 minutos para um pronunciamento em que, pela primeira vez, fará uma defesa pública. A deputada do DF vai tentar contestar a versão de que merece perder o cargo por ter recebido de Durval Barbosa, o delator da Operação Caixa de Pandora, dinheiro com origem em propina cobrada de empresas prestadoras de serviços de informática no Governo do Distrito Federal.

Em confronto à tese de que um deputado não pode perder o mandato por algo que ocorreu antes da eleição, o relator do caso, Carlos Sampaio (PSDB-SP), sustenta que o escândalo veio à tona neste ano, já durante o exercício do cargo, o que pode configurar quebra de decoro. Além disso, segundo o tucano, o vídeo, caso tivesse aparecido antes, poderia ter influenciado negativamente na eleição de Jaqueline. As informações são do “Correio Braziliense”.