Luz vermelha – Enquanto discutia filigranas totalitaristas, como o controle da imprensa, durante congresso partidário realizado em Brasília, o Partido dos Trabalhadores deixou para trás assuntos importantes, como o amaldiçoado espólio de Luiz Inácio da Silva. Mesmo estando às voltas com escândalos de corrupção e os reflexos da crise internacional na economia brasileira, a presidente Dilma Rousseff prefere não admitir a virulência do legado de seu antecessor.
Quando, em dezembro de 2008, Lula da Silva ocupou os meios de comunicação para pedir ao povo a manutenção do consumo em níveis elevados, como forma de evitar as reticências da crise que o então presidente classificou como “marolinha”, os jornalista do ucho.info alertaram para o perigo do apelo presidencial, algo que colocaria o País em situação de risco. À época, o fanfarrão Lula preferiu dizer que o ucho.info, assim como alguns veículos midiáticos, torciam contra o Brasil, quando na verdade alertamos para o perigo que certamente chegaria.
Há dias, o Comitê de Polícia Monetária do Banco Central, o Copom, decidiu reduzir em meio ponto percentual a taxa básica de juro (Selic), que passou de 12,5% ao ano para 12%, tendo como justificativa uma desaceleração da economia brasileira. Se a economia interna recuou não significa que a demanda seguiu o mesmo caminho. Na verdade, o ritmo mais lento da indústria nacional é reflexo da enxurrada de produtos importados, que tem mantido em alta a demanda interna.
Com esse cenário, a inflação tende a permanecer no patamar atual, o que compromete sobremaneira o desenvolvimento do País e coloca o consumidor cada vez mais em risco, pois o consumismo desenfreado, aliado ao crédito fácil, reforça os assustadores níveis de inadimplência. Mas a inflação não é alimentada apenas por esses fatores até então mencionados. A arrecadação tributária tem avançado de maneira assustadora, mas no contraponto o governo federal mostra que não sabe gastar. Em outras palavras, a partidarização do Estado e o loteamento da máquina pública fazem com que o País continue carente de ações em setores vitais para a economia.
Fora isso, o segundo semestre normalmente é mais aquecido em termos de consumo, sem contar que nesse período ocorrem as negociações salariais de diversas categorias, situação que colocará no mercado um maior volume de dinheiro. De quebra, para pressionar ainda mais a inflação, os três últimos meses do ano são marcados pela chegada do décimo terceiro salário e os empregos temporários.
O brasileiro que se prepare, pois a real situação brasileira, que o Palácio do Planalto vem tentando esconder a todo custo, é no mínimo assustadora.