É bom lembrar – Quando Dilma Rousseff decidiu ejetar a cúpula do Ministério dos Transportes, operação que atingiu o então ministro Alfredo nascimento e promoveu devassa no DNIT e na Valec, falou-se em faxina política, mas tudo não passou de uma cortina de fumaça para ludibriar a opinião pública. Semanas depois, ao se deparar com escândalos envolvendo ministérios comandados pelo PMDB, a presidente eliminou de seu discurso a palavra faxina.
Sem saber como gerenciar a amaldiçoada herança deixada por seu antecessor, o fanfarrão Luiz Inácio da Silva, a neopetista Dilma tinha em seus planos promover uma reforma ministerial no começo de 2012, mas o peemedebista Pedro Novais (MA), que ainda responde pelo Ministério do Turismo, interrompeu o projeto presidencial. Independentemente da demissão o ministro, Dilma Rousseff não pode vociferar palavras como faxina, limpeza, assepsia ou qualquer outra que remeta à ideia de uma ação contra a corrupção.
Então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff aquietou-se diante da manobra palaciana, deflagrada por Lula, para sufocar a CPI das Ongs, criada no Senado Federal para investigar o repasse de verbas federais a organizações não governamentais. Aliado de primeira hora do Palácio do Planalto, o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) foi escolhido parta ser o relator da Comissão, que durante três anos consumiu o dinheiro público e, como sempre, terminou de forma pífia e sem listar culpados. Arruda foi orientado pela assessoria presidencial para postergar ao máximo a produção do relatório, que, com 1.478 páginas, sequer foi enviado aos integrantes da Comissão.
Enquanto as investigações eram impedidas pela tropa de choque palaciana, Inácio Arruda deixou a relatoria da CPI das Ongs para integrar a Comissão que investigaria a Petrobras. Dias depois, Arruda retomou o status de relator da CPI das Ongs, sendo que a Comissão que deveria investigar a estatal petrolífera não foi instalada por conta de uma manobra da base aliada. Na ocasião, Dilma, que agora fala em moralidade, ficou calada diante de mais um golpe comandado pelo Palácio do Planalto.
Mas Dilma Rousseff repetiu o silêncio obsequioso à época dos escândalos que envolveram Erenice Guerra, que a substituiu no comando da Casa Civil. Pessoa da confiança de Dilma, a polêmica Erenice, que ora está no limbo, foi acusada de tráfico de influência. Em outras palavras, que os incautos não esperem nenhum arroubo moralista de Dilma Rousseff, pois o atual jogo de cena tem como foco a reeleição em 2014.