Base do governo cobra promessas e manda recado em almoço com a ministra Ideli Salvatti

Empurrando com a barriga – O tempo esquentou na reunião que serviu de prefácio de um almoço oferecido hoje (20) pelo líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira (SP), para os líderes e vice-líderes da base do governo. Os deputados cobraram de forma incisiva um posicionamento do governo federal para o cumprimento das promessas de liberação das verbas do chamado “restos a pagar”.

Desde maio passado, o Palácio do Planalto adia o pagamento de cerca de R$ 8 bilhões diluídos em pequenos empenhos de R$ 150 a R$ 300 mil que beneficiariam especialmente as prefeituras municipais. A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT) recebeu todas as queixas que foram puxadas pelo líder do PTB, Jovair Arantes (GO).

A pressão foi tamanha, que Ideli nem mesmo ficou para o almoço à base de camarão. Ela preferiu evitar a imprensa e, assim como entrou, saiu pela garagem do Blobo G da Quadra 302 da Asa Norte, onde fica o apartamento funcional da Câmara cedido a Paulo Teixeira.

A ministra ficou de passar a reclamação à presidente Dilma Rousseff, que retorna ainda nesta semana dos Estados Unidos. “Ela [Ideli Salvatti] até tem boa vontade em resolver, mas as coisas não estão acontecendo”, afirmou ao ucho.info o deputado Jovair.

Além do pagamento dos recursos – a maioria através da Caixa Econômica Federal, e dos empenhos das emendas parlamentares – os deputados também cobraram uma fatura já apresentada em fevereiro passado. O governo vem empurrando as nomeações na estrutura federal de segundo e terceiro escalões e não cumpre os acordos estabelecidos com a própria base.

Em alguns casos, as bancadas dos estados formalizaram apoio a um determinado nome, mas mesmo assim a publicação no Diário Oficial da União jamais aconteceu. Outros casos, foram nomeados nomes diferentes daqueles sugeridos pelos parlamentares (senadores e deputados). Em muitos estados, há pelo menos 50 cargos vagos.

O deputado Javair Arantes, assim como o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), desconversaram sobre possíveis retaliações da base governistas a projetos de interesse do Planalto. Mas deputados que preferiram o anonimato foram claros: “Ou paga ou paga”.