Haja verba – O deputado Francisco Luiz Escórcio Lima (PMDB-MA), o Chiquinho Escórcio, é daquele político cujo perfil se enquadra no estereótipo à moda antiga. Truculento e com pouca notoriedade, busca holofotes com oportunismo desmedido. E gasta sem parcimônia. No próprio site Transparência da Câmara se surpreende com os gastos perpetrados pelo nobre deputado. Com locação de veículos e serviços gráficos o montante despendido é expressivo.
É possível, desde que o parlamentar abasteça de informações, consultar no site da Câmara os gastos de cada deputado mensalmente. Na página em que se encontra “Cota para Exercício Parlamentar” há discriminação das despesas do deputado. No caso de Chiquinho, acusou-se na seção Assinatura de Publicações, no mês de agosto, um gasto de R$ 25.000,00 com a gráfica brasiliense Renovação Gráfica e Editora Ltda., na classificação de despesas.
Em julho, Chiquinho utilizou o dinheiro público na locação de automóveis num total de R$ 24 mil. Divididos entre as locadoras Galman Empreendimentos Ltda., localizada em São Luís, capital do Maranhão, e na Impercar C. A. dos Santos, de Brasília, respectivamente R$ 17,1 mil e R$ 7,8 mil, totalizando R$ 24.180,00. Vale lembrar que o mês é de recesso.
Os gastos do parlamentar saltam aos olhos no mês de maio. Existe um gasto relativo à Divulgação da Atividade Parlamentar e na página encontra-se a Renovação Gráfica e Editora novamente. E novamente há a despesa de R$ 25 mil. Quantia idêntica à realizada em agosto com a mesma gráfica.
No mesmo mês de maio, a verba referente à locação de veículos, Chiquinho gastou R$ 12.570,00 com a Impercar C. A. dos Santos e R$ 12.360,00. As mesmas empresas verificadas em julho. Nesse mês o total de despesas atingiu R$ 64.454,94.
Chiquinho assumiu como suplente o mandato de deputado federal (na Legislatura 2011-2015), a partir de 5 de abril de 2011, por conta da licença do deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), puxado pela governadora do Maranhão, Roseana Sarney, para ocupar a secretaria de Cidades. Como suplente, Chiquinho Escórcio também obteve o mandato de deputado federal na legislatura 2003-2007, e permaneceu na Câmara entre de 3 de abril a 15 de julho de 2006. No Senado, Chiquinho, então no PFL, exerceu o mandato entre 1996 a 2002.
Truculento e de pavio curto, Chiquinho já bateu boca com o líder do governo na Câmara dos Deputados, Candido Vaccarezza (SP), quando este dava uma entrevista. E tudo acontece porque o parlamentar maranhense busca holofotes. Conhecido por protagonizar discussões bastante acaloradas com seus pares durante sessões na Casa, Chiquinho Escórcio ganhou fama por atividades sinistras
Arapongagem
No ano de 2007, como assessor do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), foi acusado de promover espionagem contra os senadores goianos Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB). Chiquinho Escórcio confessou que também buscava munição para ser utilizada contra o então governador Jackson Lago (PDT).
Escórcio confirmou que viajou a Goiânia e que falou com Pedro Abrão, um ex-deputado peemedebista, dono de um hangar do aeroporto de Goiânia. Chiquinho foi acusado de tentar, supostamente a serviço de Renan Calheiros, convencer Abrão a instalar câmeras no hangar para espionar Demóstenes e Perillo, quando eles fossem utilizar seus aviões. Entretanto, Abrão não concordou com a ação de espionagem.
Abrão avisou por telefone ao amigo Demóstenes Torres, como forma de interromper a jogada de Escórcio. À época, Renan Calheiros queria a presidência do Senado e receava perder a cadeira, por isso lançou mão de estratégias nada republicanas, como comprometer adversários em busca de apoio.
Recentemente, Escórcio foi acusado de emprestar um funcionário de seu gabinete para trabalhar como motorista da esposa do então ministro do Turismo, o deputado Pedro Novais (PMDB-MA). O que provocou o último suspiro de Novais como ministro. Depois desse episódio, Novais foi obrigado a pedir demissão. O PSol entrou com representação contra Escórcio por quebra de decoro parlamentar.