Não suportou – Embalada pelos resultados de recente pesquisa de opinião, que lhe deram bons índices de aprovação, a presidente Dilma Rousseff embarcou para a Europa a bordo do discurso da soberania. Esse palavrório ensaiado era para ser despejado sobre os executivos da FIFA, que por conta da Copa do Mundo de 2014 fazem exigências que ultrajam a legislação brasileira, mas a suposta austeridade de Dilma ficou pelo caminho.
Em Bruxelas, na Bélgica, a mandatária brasileira se rendeu à pressão dos dirigentes máximos do futebol planetário e já admite flexibilizar a legislação verde-loura, rasgando leis que tratam da proibição de bebidas alcoólicas em praças esportivas e prevê a meia-entrada para idosos e estudantes. Ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior anunciou, após o encontro na capital belga, que um grupo de representantes da FIFA se reunirá em breve com autoridades brasileiras, ocasião em que serão definidas a intensidade do ultraje à legislação local.
Quando ainda formava a sua equipe ministerial, Dilma Rousseff disse, com suposta altivez, que seria implacável com a corrupção e os corruptos. Passado alguns meses, a presidente deu mostras que aquele discurso duro e moralista era para inglês ver. Agora, Dilma se rende aos caprichos da FIFA, entidade que de forma corriqueira é acusada de envolvimento em casos de corrupção. O mais recente deles arrastou para o olho do furacão ninguém menos que Ricardo Teixeira, o polêmico presidente da CBF, com que a neopoetista Dilma não conversa.
Resumindo, para quem disse que colocaria a corrupção no patíbulo da degola, Dilma é uma ode ao fiasco. Enfim, como disse aquele conhecido filósofo de botequim, “nunca antes na história deste país”.