Mãos ao alto – Nula em termos políticos por conta do feriado de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, a próxima semana também tem outra comemoração. A do Dia das Crianças, 12 de outubro. Para quem pensa que a carga tributária não avança sobre os brinquedos, os impostos chegam a 72%, dependendo do caso.
Objeto do desejo de sete entre dez crianças, uma bola de futebol carrega muito mais que um sonho doce e inocente. Traz, de forma silenciosa e aviltante, uma carga tributária que ultrapassa a barreira dos 46%. Ou seja, quase metade da bola é de impostos.
Essa volúpia arrecadatória fez com que o volume de vendas para o Dia das Crianças registrasse queda de 7% em relação a 2010, não sem antes reduzir o valor média das compras, que caiu de R$ 50 para R$ 40.
Quando um país permite que a arrecadação tributária alcance 35% do Produto Interno Bruto, sem que a devida contrapartida ao contribuinte seja cumprida como manda a lei, é porque há algo de errado nessa história macabra. Isso mostra que o Estado não está para brincadeira nem mesmo no Dia da Criança.