Situação complicada – Depois de sua primeira viagem a Cuba com o objetivo de tratar da saúde, com direito a procedimento cirúrgico de emergência, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, negou que estivesse lutando contra um câncer na região pélvica. Quando, após se submeter a tratamento quimioterápico, o tiranete bolivariano disse aos seus obedientes e incautos súditos que seu problema de saúde estava solucionado e que as sessões de quimioterapia faziam parte de uma estratégia preventiva.
Entre essas idas e vindas, Chávez recebeu um convite do governo brasileiro para se tratar no Brasil, mais precisamente no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde a presidente Dilma Rousseff tratou de câncer linfático, mas o mandatário venezuelano recusou a oferta por questões político-ideológicas. Aconselhado pelo ditador cubano, Hugo Chávez preferiu seguir o tratamento que começara em Havana, uma vez que na ilha caribenha a família Castro mantém há décadas, sob mão de ferro, o controle total da sociedade.
Para adicionar capítulos extras à epopeia, no domingo (16) o médico Salvador Navarrete, que integrou uma equipe que cuidou da saúde de Hugo Chávez, declarou à revista mexicana “Milenio” que o presidente venezuelano tem um tumor muito agressivo na pélvis e que sua expectativa de vida é de no máximo dois anos. “A informação que eu tenho da família é de que ele tem um sarcoma, um tumor de prognóstico muito ruim e estou quase certo de que essa é a realidade”, afirmou Navarrete. “Quando digo que a previsão não é boa significa que a expectativa de vida pode ser de até dois anos. Isto explica a decisão de antecipar as eleições”, completou o médico venezuelano.
No contraponto, o próprio Hugo Chávez, em suas populistas e messiânicas aparições, afirma que os recentes exames “indicam que não há presença de células malignas”. O desencontro de informações se deve ao fato de Chávez temer um novo golpe, o que colocaria ao rés do chão o seu projeto totalitário que encontra guarida na tese do socialismo bolivariano, uma desculpa esfarrapada de quem é adepto confesso de regimes de exceção.